Quando o Inter ganhou sua primeira Libertadores, em uma noite fria e inesquecível em agosto de 2006, alguém ainda poderia acreditar que a conquista seria um episódio isolado na história colorada. Alguns rivais, em tom de galhofa, comparavam o time gaúcho ao colombiano Once Caldas - que bateu o Boca Juniors na final continental de 2004 e, desde então, nunca mais foi visto. Não podiam estar mais equivocados.
A noite de desta quarta-feira, na qual o Colorado enfrenta o Tigres pela semifinal da Libertadores, só vem confirmar que a jornada mágica ocorrida no Beira-Rio há nove anos não foi obra do acaso e serviu para mudar em definitivo o patamar da equipe de Falcão, Fernandão e D'Alessandro. Desde então, neste curto período, o clube construiu uma carreira internacional poucas vezes vista na América. Bateu o Barcelona, trouxe pela primeira vez para o Brasil a Copa Sul-Americana, faturou Recopas e triunfou pela segunda vez na Libertadores apenas quatro anos após a primeira volta olímpica.
No distante México, o Inter tenta ir além e pavimentar seu caminho para a terceira final do maior torneio do continente em menos de uma década. Vencê-la nesse prazo seria um feito histórico semelhante ao do Boca Juniors, que foi vitorioso em 2000, 2001, 2003 e, vejam só, em plena capital gaúcha, em 2007. Independiente, Peñarol e Estudiantes conquistaram taças em anos consecutivos nas décadas de 1960 e 1970, mas eram outros tempos.
A trajetória fulminante do Colorado, que deu sequência às conquistas nacionais da Era Falcão, teve início graças ao talento de atletas buscado em diferentes partes do país e do mundo como Fernandão, Tinga, Índio. A eventual conquista do tricampeonato, além de consolidar uma nova hegemonia continental, teria um sabor especial por contar com a participação de um número inédito de jogadores formados no próprio Beira-Rio como Alisson, William, Geferson, Dourado, Valdívia, Sasha, Nilmar.
Mas o importante é que, ganhe ou perca, ninguém mais duvida da vocação colorada para os títulos mais gloriosos, os grandes feitos, as batalhas épicas. Ninguém mais duvida de que o Inter é candidato a tudo o que disputa. Por tudo isso, qualquer que seja o placar da partida disputada em Monterrey contra a equipe do Tigres, o Inter sairá de campo como um time vitorioso. Queremos a taça apenas para deixar isso bem claro.