Diego Aguirre chegou ao Inter sob desconfiança. Foi criticado no início do ano por não possuir um time titular e abusar do rodízio de jogadores. Na tarde deste domingo, ganhou o primeiro título à frente do clube. Na entrevista coletiva, com a medalha no peito, destacou a confiança dos jogadores, direção e torcida em seu trabalho, para ser coroado com o Gauchão 2015.
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Leia sobre o que falou o treinador colorado após a vitória sobre o Grêmio no Beira-Rio:
Sentimento com o título
"Estou muito feliz pelo que aconteceu hoje. O Inter foi campeão merecidamente. Foi primeiro lugar no geral. E dentro de campo também mereceu ganhar. Vencemos um grande time como o Grêmio. Espero que seja o primeiro de muitos. Quero agradecer especialmente aos jogadores, porque eles acreditaram em nossa proposta. Superamos dificuldades juntos. Nos momentos mais difíceis, eles estavamos fechados com a gente. No dia a dia, sempre acreditaram. A toda hora senti o apoio do torcedor, até quando havia dificuldades. Gostei das camisas com o nome do Luís Fernando Costa. Ele foi fundamental para que eu seja o técnico do Inter hoje. É a confirmação de muitas coisas, mas no futebol tem que ganhar. No primeiro tempo, se fizéssemos três, quatro, cinco gols, não seria absurdo. Jogamos com intensidade, com velocidade, um time moderno. Agora temos que pensar no que vem pela frente. Foi um trabalho muito difícil. Não mudamos nossas convicções, não escutamos as críticas, não deixamos contaminar nossas decisões pelo que se falava. E não perdemos a confiança. Por sorte, deu certo."
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Em algum momento se sentiu ameaçado?
"Não me sentia ameaçado. Não compreendia. Nas entrevistas, a primeira pergunta era: 'Você vai ser demitido?'. Não entendia. Sei que no Brasil tem muita pressão e no Inter a exigência é total. Hoje posso dizer que nossa ideia foi certa. Nós pensamos num trabalho muito mais para a frente. Todos jogadores estão motivados, com ritmo de jogo. E todos são campeões. Agora, não dá muito tempo para comemorar. Já temos Libertadores e Brasileirão."
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Velocidade do time
"É verdade que se falava que o Inter era um time lento e sem surpresas. Mas não é dessa forma que a gente trabalha. Então, hoje o Inter joga um futebol moderno. O que jogou o Inter na primeira parte foi espetacular. Imprimiu um ritmo de jogo, passou por cima do adversário. No Chile (contra a Universidad de Chile, pela Libertadores), o time também mostrou uma dinâmica, uma intensidade. Os jogadores acreditam nessa proposta. Apareceram muitas dúvidas sobre a preparação física do Inter. E, fisicamente, o Inter passou por cima. Estão se consolidando as ideias, e há muito o que comemorar. Obviamente, gostaria que o Inter continuasse jogando do mesmo jeito. Mas um resultado muda tudo. Se tomássemos o gol, o título era do Grêmio."
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Aproveitamento dos jovens
"Não foi de um dia para outro. Foi acontecendo devagar. Trabalhamos em cima de coisas que não foram boas. Eu sei que o Inter não foi bem em alguns jogos, e admiti isso. Os meninos jogaram porque eram as melhores opções que tinha. Vai jogar quem estiver melhor, quem estiver trabalhando da nossa maneira. Quando juntamos o grupo para conversar, estavam todos no vestiário, os 30 abraçados. Até mesmo quem não estava na lista, os machucados... E isso deu força, eu sentia realmente que merecíamos o título."
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Contratações no banco
"No contrato, não fala que ninguém tem que jogar. Para mim, são todos jogadores novos. Eu sou novo. São todos parte do grupo e estão querendo estar aí com o time. Vamos precisar de todos para a frente. Com tanta competição, é bom que o jogador saiba que não vai jogar sempre. Esta foi a mensagem que eu quis passar para eles, e entenderam."
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Quando decidiu pela escalação de Valdívia? Situação de Nilmar e Geferson
"Defini o Valdívia no mesmo dia que acabou o outro Gre-Nal. Aqui no Beira-Rio, em casa, decisão, não queria especular. Um Gre-Nal com 0 a 0, correndo o risco de ir para os pênaltis, não queria isso. Nico Freitas nos ajudou muito na Arena. Lá foi um planejamento um pouco mais defensivo. O nível de Valdívia é excepcional. É difícil deixar de fora. Para ganhar uma final, todos têm que estar 100%. Estou preocupado com Geferson e Nilmar, mas não quero adiantar nada. Temos que esperar 24 horas e falar com o departamento médico."
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Percentual de Aguirre no título
"O percentual não sei, o mesmo que a comissão técnica. Mas tenho certeza que os jogadores não acreditam no impossível. Desde o primerio dia, eles abriram as portas para nós. Sempre conversando numa boa, trocando ideias. E fico feliz em ver que se sentem bem, que o time está jogando com intensidade, velocidade, e está defendendo bastante bem. São coisas que tentamos passar e, para mim, é um prazer contar com jogadores deste nível. Dida, Juan estão tentando ajudar, falar alguma coisa certa. Isso só me dá respeito e é bom para que possamos continuar ganhando."
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Estilo do treinador
"Não vou mudar. Já tenho quase 50 anos. Se ganhar Libertadores, Mundial, não vou mudar nada. A primeirta coisa é que respeito a todos, aceito as críticas. Às vezes são demais, mas respeito. No momento difícil, senti apoio dos torcedores. Ver o Beira-Rio lotado foi muito bonito para mim."
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