A cidade alemã de Dortmund, com quase 600 mil habitantes, fica no Estado da Renânia do Norte-Vestfália e é uma das maiores do Vale do Ruhr. O que isso significa para o turismo? Nada! Sem atrações famosas, ela teria tudo para ser esquecida na geografia europeia, não fosse por um motivo: o futebol. Dortmund é a sede do Borussia, o clube da torcida mais fanática e participativa do continente. E olha que concorrer com Barcelona, Real Madrid, Milan, Ajax, Manchester United, Benfica e outros gigantes não é pouca coisa.
A média de público do Borussia Dortmund é surreal: 80.495. Desta massa, 25 mil torcem em pé, atrás de uma goleira do estádio Signal Iduna Park. O espaço (Tribuna Sul), quase vertical, parecido com uma parede, recebeu o nome de Muralha Amarela e tornou-se local de peregrinação. Milhares de fãs do futebol visitam Dortmund apenas para sentir a atmosfera do Signal Iduna Park e bater uma foto dentro da Muralha Amarela (veja imagens no vídeo abaixo).
Na contramão das torcidas famosas da Europa, a do Borussia, impulsionada pela Muralha Amarela, vibra, pressiona, pula e canta alto. Com 190 Euros (R$ 590) , é possível adquirir um carnê para a Tribuna Sul que dá direito a pelo menos 17 partidas (R$ 34 por jogo) do Campeonato Alemão, amistosos de pré-temporada, jogos festivos e partidas da Copa da Alemanha. Com 225 Euros (R$ 699), o torcedor garante acesso às três partidas da primeira fase da Liga dos Campeões da Europa.
Foi inspirado nesse exemplo que um grupo de conselheiros do Internacional, ligados ao movimento Povo do Clube, sugeriu uma proposta semelhante para ser aplicada no Beira-Rio, batizada de Muralha Vermelha. O ex-presidente Giovanni Luigi barrou, mesmo que no projeto de remodelação do Beira-Rio estivesse previsto a retirada de cadeiras atrás de uma das goleiras, a do antigo placar. Agora, os conselheiros levarão novamente a ideia para Vitorio Piffero.
Crédito: Borussia Dortmund/Reprodução
O que eles almejam é simples: que um setor do Gigante seja destinado aos torcedores que QUEREM ficar em pé. Ele contemplaria não apenas a Guarda Popular, Super Fico e Camisa 12, como todos aqueles que não gostam de ver os jogos sentados e se incomodam com as reclamações. Um espaço que, além de trazer de volta o caldeirão ao Beira-Rio, pode ser uma grande jogada de marketing e aumentar a vitrine do clube na América do Sul.
Eu defendo a Muralha Vermelha, é uma ideia democrática e popular. Está na hora de o Beira-Rio voltar a pulsar. De que adianta uma casa linda e moderna, sem um público vibrante? Que os desajeitados, como eu, tenham seu canto para torcer espontaneamente, sem ficar ouvindo toda hora que é para sentar.
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