O torcedor do Inter pode cancelar o exame de eletrocardiograma após a partida entre Inter e Figueirense do último sábado. A batalha do Inter no Orlando Scarpelli teve de tudo: hostilidades para com a direção do Inter, quatro expulsões, brigas em campo e gol da classificação marcado aos 49 minutos do segundo tempo. A vitória em solo catarinense garante ao Inter a vaga no grupo 4 da competição continental ao lado Universidad de Chile - que conquistou o Apertura no sábado. Ainda há a necessidade da definição do representante do Equador - que pode ser Emelec, Barcelona de Guayaquil, Independiente del Valle ou LDU - e o vencedor do mata-mata entre Monarcas Morelia (MEX) e The Strongest (BOL).
Com as lesões do grupo como avalista, Abel Braga apostou em uma escalação com três zagueiros em Florianópolis. Mandou Paulão a campo como uma espécie de líbero de Alan Costa e Ernando. Precavido na defesa, liberou os laterais para o ataque e teve sucesso. Ao menos no início da partida. Os primeiros 10 minutos do primeiro tempo davam a entender que o Inter iria atropelar o Figueirense. Que o gol gaúcho era questão de tempo no Orlando Scarpelli. Alan Ruschel apareceu duas vezes com perigo em passes de gol de Wellington Silva e de Alex. Rafael Moura, aos 15, com um peixinho, fez a bola do cruzamento de Valdívia raspar a trave.
O problema é que o Inter murchou em campo a partir dos 30 minutos. O Figueirense de Argel Fucks entendeu a proposta de Abel Braga e marcou bem Alex e Aránguiz. Valdívia era o único que tinha certa liberdade no meio-campo. O guri, por mais vontade que pudesse ter, não poderia fazer nada sozinho. Os catarinenses passaram a atacar e levaram perigo ao gol de Alisson. Felipe, duas vezes, tentou a sorte de fora da área. O Figueirense retornou ao vestiário com o entendimento que se forçasse um pouco poderia se dar bem no jogo. E assim foi. Aos 4 minutos, Paulão perdeu o cabeceio no alto para Marcão e Pablo mandou para a rede.
Com o placar adverson, Abel Braga foi o Abel Braga de todo o Brasileirão. Amontoou atacantes em busca da virada no placar. Por conta da vitória do Corinthians sobre o Criciúma, empatar no Orlando Scarpelli seria insuficiente. A tensão era imensa. O jogadores do banco colorado mantinha-se em pé e incentivavam os companheiros. D'Alessandro, o vice de futebol Marcelo Medeiros, o presidente Giovanni Luigi, os diretores Roberto Melo e Eduardo Lacher e demais integrantes da delegação do Inter sofreram ameaças no camarote reservado ao Inter. Como o capitão colorado estava entre os dirigentes, torcedores do figueirense tentavam tirá-lo do sério. Um, mais exaltado, quebrou um dos vidros do reservado. O Inter só deixou o local sob escolta da polícia militar catarinense.
No campo, o clima estava, igualmente, tenso. Aos 40 minutos, quatro expulsões já haviam ocorrido - França e Nirley pelo Figueirense, Alan Ruschel e Wellington Paulista do lado do Inter. O jogo estava tenso. Sem armadores, bolas e bolas e mais bolas eram alçadas na área. Rafael Moura, aos 41 minutos, a partir de uma cobrança de escanteio, marcou de cabeça e reanimou o Inter. Nos acréscimos, aos 49 minutos, a redenção: Wellington Silva encontrou na pequena área uma bola de bate e rebate e empurrou para dentro. Foi um gol. Mas também pode ser chamado de carimbo. O Inter estava classificado à fase de grupos da Libertadores.
Ouça o gol de Pablo; Figueirense 1x0
Rafael Moura empata; Figueirense 1x1 Inter
Wellington Silva vira: Figueirense 1 x 2 Inter
*ZHESPORTES