Desde o início do Brasileirão, o Grêmio colocou a vaga à Libertadores como objetivo. Uma ideia que parecia improvável para um time que no ano passado teve de brigar com unhas e dentes para sair da Série B. Meta que estava distante no horizonte do clube, mas que depois de 35 rodadas disputadas está perto de ser confirmada. Basta vencer o jogo desta quinta-feira (30), às 19h, contra o Goiás para confirmar matematicamente a classificação. Um feito que repetiria o que foi alcançado em 2006. E que terá o apoio de mais 40 mil torcedores na Arena para empurrar a equipe rumo ao maior torneio do continente.
Agora que a briga pelo título está mais distante para o Tricolor, a classificação para a Libertadores do ano que vem se tornou o foco principal no clube. Com 59 pontos, e em quinto lugar no início da 36ª rodada, o Grêmio tem apenas o Athletico-PR como ameaça por um lugar na competição continental. Como ainda faltam três rodadas a disputar no Brasileirão, só mais nove pontos estão em disputa.
A vantagem para os paranaenses é de sete pontos. Por isso, uma vitória esta noite confirma a vaga gremista, mesmo que ainda seja preciso definir nas duas partidas restantes, contra Vasco e Fluminense, qual será o tipo de classificação. Se o clube terminar no G-4, a vaga é direta na fase de grupos. Caso fique em quinto ou sexto lugar, o Tricolor terá de disputar a fase prévia da competição, como ocorreu na participação mais recente, em 2021.
Hoje na torcida pela equipe liderada por Luis Suárez, Tcheco viveu de perto a realidade que o Grêmio passou em 2006. Contratado para servir como referência técnica em um time que enfrentou um dos momentos mais difíceis da história gremista, o ex-meia foi um dos esteios da equipe que recolocou o clube na Libertadores após a queda para a Série B. Mas, para ele, a realidade é diferente em comparação com a situação atual. Em seu tempo de jogador, o cenário financeiro era pior.
— Aquela classificação terá um sabor mais especial do que agora. Aquele era um momento de reconstrução financeira. Ninguém esperava que fossemos chegar em terceiro lugar. Só classificavam quatro times na época. Esse Grêmio vai conseguir, mas tem uma folha salarial diferente. É importante também. É uma competição que o clube e a torcida gostam. Faz diferença para a rotina — comentou o ídolo gremista.
Ainda que o quadro seja mesmo diferente, a questão financeira é tratada como importante. A participação na fase de grupos de 2023 rendeu aos participantes um pagamento de US$ 3 milhões, cerca de R$ 15 milhões pela cotação atual, da Conmebol. Além do bônus de mais US$ 300 mil por vitória (R$ 1,4 milhão). A tendência é de que esses valores sejam reajustados para 2024.
Mesmo assim, com a vaga certa ou não, o Grêmio prepara um cenário de investimentos maiores no ano que vem. Em entrevista ao programa Esporte & Cia, Fabio Floriano, vice do Conselho de Administração, explicou que o clube orçou para 2024 um aumento significativo na folha salarial de jogadores do grupo principal. O dirigente apontou que a projeção é atingir cerca de R$ 14 milhões em gastos com as remunerações dos os atletas.
— Teremos uma folha pelo orçamento, aproximadamente, R$ 2 milhões acima do que temos hoje em relação aos jogadores. Ainda arcamos com a despesa de alguns atletas emprestados, e isso consta na nossa folha — disse.
Em termos desportivos, o Grêmio também vê a presença na Libertadores como importante para a próxima temporada. A competição serve como critério para que muitos agentes e jogadores decidam com qual clube assinar. Uma equipe classificada para a principal atração esportiva das Américas ajuda a atrair atletas que teriam outras oportunidades. Um fator importante para quem precisará encontrar um substituto para Luis Suárez.