O Grêmio decide nesta quinta-feira (12) como serão os dois últimos meses de 2023. E possivelmente também como será a largada de 2024. Após toda a polêmica gerada pela decisão de Renato Portaluppi de deixar o Beira-Rio no domingo, sem conceder entrevista coletiva após a derrota por 3 a 2 para o Inter no Gre-Nal 440, para viajar ao Rio de Janeiro para um compromisso particular, o técnico está de volta a Porto Alegre.
Além da expectativa de comandar o treino à tarde no CT Luiz Carvalho na reapresentação dos jogadores após três dias de folga, Renato deverá ter uma reunião importante com o presidente Alberto Guerra. A conversa determinará como o clube irá encarar os últimos 12 jogos do Brasileirão. A direção pretende aparar as arestas para afastar qualquer risco de perder uma vaga na Libertadores da próxima temporada.
A expectativa entre membros da direção é de que Guerra e os integrantes do departamento de futebol tenham uma conversa dura com o treinador. Não se descarta que seja aplicada uma punição a Renato pela forma como os episódios após a derrota no Gre-Nal transcorreram. Internamente, está previsto que esse seja um dos temas da reunião. Essa sanção poderia ser tratada em um formato mais informal, como algo resolvido apenas na conversa.
Mas também não se descartam medidas de maior rigor. Por ser um funcionário com contrato de trabalho regido pelas leis trabalhistas, Renato está sujeito a receber uma advertência formal pelo descumprimento da ordem do presidente. E até mesmo a aplicação de multa financeira. O que no clube é tratado como dúvida é qual será a reação de Renato, em caso de punição. Segundo pessoas próximas ao técnico ouvidas por GZH, a repercussão que a situação tomou após o domingo lhe causou chateação.
Os últimos dias foram de silêncio total dos dois lados. Após Renato cumprir a programação de viajar ao Rio de Janeiro para seu compromisso na segunda-feira, o técnico seguiu na capital fluminense para aproveitar seu período de descanso com a família e amigos.
Ao colunista de GZH Eduardo Gabardo após o clássico, Renato disse que pretendia se pronunciar sobre o episódio em sua reapresentação após a folga. Mas essa entrevista não deverá ser nesta quinta – e ainda não há data prevista para a próxima coletiva do treinador.
— O clube poderia exigir e exigiu (a permanência), mas ele tinha o compromisso e saiu. Não poderia trancar a porta e dizer: "Você não sai daqui". É isso. O que se pode fazer? Internamente, iremos avaliar. Vamos conversar com ele na reapresentação. Não vou aqui, publicamente, mas é importante expressar que o presidente não está de acordo, o Conselho de Gestão também não. O que se pode fazer? Demissão, obviamente que não, porque seria punir o Grêmio e o time. Ele está muito bem, tem feito um belo trabalho, mas tomou uma atitude contrária ao que considerávamos melhor — admitiu o presidente gremista no último domingo, após a derrota no Gre-Nal.
O que é tratado como consenso no clube é a importância de manutenção do comando. O trabalho de Renato é elogiado, mesmo com os eventuais episódios de desconforto. A sequência do técnico é considerada fundamental para que o Grêmio confirme uma vaga direta à Libertadores do ano que vem.