A vitória sobre o Flamengo não foi importante para o Grêmio apenas pelos três pontos somados no Brasileirão. Além de defender sua posição no G-6 e encerrar uma sequência de instabilidade, o Tricolor teve uma noite de afirmações de peças para o ataque, um setor que dependeu muito da produção de Luis Suárez por quase todo o ano.
A esperança dos torcedores gremistas e do técnico Renato Portaluppi é de que, a partir deste jogo, passe a contar com novas alternativas — e uma nem tão nova assim —na busca pela Libertadores. Ferreira, Nathan Fernandes e André Henrique mostraram que podem ser úteis nesta reta final da competição e já viram candidatos a entrar no time titular neste sábado, às 19h, na partida contra o América-MG, em Belo Horizonte.
Alternativa a Suárez
Luis Suárez segue incontestável na posição de centroavante titular do Grêmio. Mas o que ainda está em aberto após quase 10 meses de temporada é quem pode ser alternativa quando o uruguaio não está presente. João Pedro Galvão chegou a Porto Alegre com a grife de um atacante já convocado para representar a seleção italiana, mas a readaptação ao futebol brasileiro ainda não aconteceu. O problema identificado no Gauchão persiste ainda no Brasileirão. Autor do terceiro gol sobre o Flamengo, André Henrique terá mais algumas semanas para provar que pode ser essa peça.
— Ele está em um grupo que tem o Suárez. Isso transmite confiança. Ele vai aprender muitos nos treinamentos. Fazer gol em jogo grande dá confiança. O que não pode é se contentar com isso. Pelo pouco que vi dele, foi muito bem. Vejo ele em condições de começar na frente do JP Galvão — comenta Nildo, ex-centroavante tricolor.
Emprestado pelo Hercílio Luz, de Santa Catarina, até dezembro, o jovem de 21 anos precisará ser comprado. Conforme apurou ZH, até agora não houve contato oficial por parte do Grêmio.
Esperança da base
Após Pedro Rocha, Everton Cebolinha, Pepê e Ferreira, Nathan Fernandes se apresentou como a nova esperança da base para o ataque do Grêmio. O jovem de 18 anos apareceu como destaque na virada sobre o Flamengo. Além de marcar o segundo gol gremista da partida, o atacante também deu nova vida ao setor com sua movimentação. Rápido e bom driblador, o jogador parece estar passando outros nomes na hierarquia do setor.
Sem Iturbe, lesionado, e com Besozzi e Galdino sem tanto destaque, o menino que veio do Rio de Janeiro ganhou de vez seu espaço no grupo principal para as últimas nove rodadas do Brasileirão. Ele foi a primeira alternativa a entrar no jogo contra o São Paulo, no sábado. E fez parte da leva de três trocas feitas por Renato contra o Flamengo.
— É um garoto que tem um futuro muito grande, tem drible, velocidade e é inteligente para jogar— elogiou o técnico gremista após a vitória de virada na Arena, na quarta-feira.
Reviravolta do camisa 10
A virada do Grêmio sobre o Flamengo começou por Ferreira. Eternizado na história do clube como autor do gol 1000 no Brasileirão por pontos corridos, o atacante terminou a noite da de quarta-feira em alta. Um jogo para dar esperança de que o bom rendimento contra os cariocas ajude a dar início a uma reviravolta na temporada.
A montanha russa que virou a carreira do jogador passa muito pelos problemas físicos. Após receber a camisa 10 no ano passado, o jogador ficou mais tempo no departamento médico do que à disposição. Essa temporada também teve longo período de afastamento do gramado por lesão, mas o rendimento é o grande problema. Paulo Egídio, ponta-esquerda do Grêmio no fim da década de 1980, vê Ferreira como peça importante para o futuro.
— Acompanho o Grêmio sempre. O problema do torcedor é que carrega nas críticas. Ferreira já mostrou que pode ajudar. É uma peça importante. Quando não vai bem, a culpa é muito exagerada. Gosto muito do futebol dele. Fez alguns jogos ruins, mas faz parte. O cara perde a confiança, sente as críticas, mas ainda vai ajudar o Grêmio — diz o ex-jogador.