A expectativa do Grêmio assumir a vice-liderança e encurtar a distância para o líder Botafogo na retomada do Brasileirão após a parada da data Fifa foi frustrada. O Tricolor foi dominado pelo Bragantino, em derrota de 2 a 0 que mostrou fragilidades na marcação para conter a forma de atacar dos paulistas.
Depois da partida, o técnico Renato Portaluppi apontou a falta de competitividade da equipe para a má atuação, mas houve superioridade dos paulistas também em aspectos táticos já identificados pelo treinador depois da vitória sobre o Cuiabá, na rodada anterior.
Apesar de ter vencido o Cuiabá, o Grêmio teve dificuldades para conter os ataques pelos lados da equipe mato-grossense dentro do seu esquema no 4-4-2 com losango no meio-campo.
Por isso, Renato mexeu na equipe no momento de maior dificuldade naquela partida com as entradas de Galdino e Ferreira para a retomada do 4-2-3-1. Com dois homens pelos lados para ajudar os laterais na marcação, o Tricolor passou a controlar melhor o adversário.
— O Cuiabá se defendia bem, insistimos e fizemos o gol, que nos deu tranquilidade. No segundo tempo estava um pouco aberto. A gente tinha dificuldade para marcar pelos lados, por isso as trocas com entradas de Ferreira e Galdino. Fizemos o segundo gol e administramos ainda tendo mais duas chances para ampliar — disse Renato após o jogo em 3 de setembro.
Apesar do alerta contra o Cuiabá, o Grêmio voltou a sofrer do mesmo veneno em Bragança.
Como Grêmio e Bragantino iniciaram o jogo
Com Villasanti e Carballo titulares, mesmo que ambos tenham jogado na terça-feira pelas Eliminatórias, o Grêmio teve mantido seu quarteto de meio-campo com Pepê e Cristaldo junto aos estrangeiros.
Com um losango no setor, o argentino foi o homem mais próximo da dupla de ataque formada por JP Galvão e Suárez. No Bragantino, o português Pedro Caixinha manteve a estrutura ofensiva de dois pontas, Helinho (direita) e Vitinho (esquerda), contando com apoios dos laterais e as movimentações dos meias.
A forma de atacar do Bragantino, usando os lados do campo, espaçava os volantes do Grêmio. Havia demora para Carballo e Pepê cobrirem os lados. Pela direita, Jadsom criou com Aderlan e Helinho um trio que atormentou Reinaldo e Kannemann.
Pepê era o responsável por tentar cobrir os avanços do lateral, mas não deu conta do recado. Os encaixes individuais de Renato com perseguições longas não foram suficientes para contar uma equipe móvel e rápida como a do Bragantino.
Mapa de ações mostra como o Bragantino usou mais o lado direito
Com 2 a 0 contra, Renato fez três trocas no segundo tempo. Duas delas foram simples com André Henrique e Bruno Alves nos lugares de JP Galvão e Rodrigo Ely. Galdino entrou no lugar de Carballo, o que indicava uma mudança de sistema, mas não foi o que aconteceu. Galdino entrou como o volante, na mesma função que era de Carballo, e até teve bom desempenho, dando maior volume físico para marcar naquele setor do que vinha entregando o uruguaio.
Aos 25, Ferreira foi chamado para o lugar de Cristaldo e aí o Grêmio passou a ter extremas. Ferreira ficou aberto pela esquerda enquanto Galdino fez o mesmo movimento pela direita. O Tricolor conseguiu chegar mais ataque na etapa final e também conteve melhor o Bragantino, mas com uma melhora insuficiente para evitar a derrota.
O Grêmio volta a campo na segunda-feira para enfrentar o Corinthians, em Itaquera. Será uma nova oportunidade para tentar voltar a vencer fora de casa, o que não acontece desde 1º de julho, quando bateu o Bahia por 2 a 1.