Como diz o ditado, Gre-Nal arruma ou desarruma a casa. A vitória no clássico comprovou a máxima para o Grêmio. A sombra de uma série de quatro jogos sem vencer, e com atuações contestadas, se dissipou após 90 minutos de domínio e o show de Luis Suárez na Arena.
O placar de 3 a 1 poderia ser ainda maior, mesmo tendo jogado boa parte do segundo tempo com um jogador a menos. Até a tabela do Brasileirão se apresenta de forma mais otimista. Em 10º lugar, com 11 pontos, o G-4 está ao alcance na próxima rodada. Basta uma vitória sobre o Athletico-PR no sábado que vem.
A festa após o apito final do jogo passou rapidamente das arquibancadas para o vestiário do Grêmio. Enquanto a torcida ainda ocupava seu lugar na Arena, cada jogador que passava em direção ao túnel do estádio comemorava junto dos companheiros a vitória no Gre-Nal.
— Brasileirão é longo, difícil. Sempre que perdíamos a bola, fizemos a pressão no adversário. Precisávamos de uma vitória para dar mais confiança ao grupo. É muito importante. Se olharem, estamos a dois pontos do segundo. Foi uma exibição de gala, um futebol redondo, mas não podemos parar por aí — comentou Renato Portaluppi.
Personagem da noite, Suárez analisou o resultado com a mesma frieza que mostrou diante de Keiller. Enquanto seus companheiros faziam a festa no vestiário, o uruguaio respondia sobre a importância da partida e suas colaborações no clássico.
— O importante hoje era ganhar. Somar três pontos e subir na tabela — disse.
Artilheiro gremista no ano, com 14 gols e seis assistências em 23 jogos, Suárez cumpriu uma de suas promessas feitas em sua apresentação. Acostumado a decidir em clássicos pelas camisas que vestiu, o camisa 9 reconheceu o momento especial de brilhar no Gre-Nal.
— Todos os gols são especiais. Mas em um Gre-Nal, jogo importante, é mais — afirmou Suárez, que chegou aos 27 gols e 12 assistências nos 42 clássicos que disputou na carreira.
Um resultado que passou por uma surpresa tática pensada por Renato Portaluppi. A busca por velocidade dentro das opções disponíveis levou Renato ao esquema com três zagueiros. Assim como a mudança para o novo sistema também foi testada para aumentar o poder de pressão no adversário.
— Tínhamos qualidade no grupo. Mas às vezes precisa de um esquema diferente. Não adianta ter qualidade e deixar o adversário ter espaço. Nosso time estava lento, e sem o contra-ataque. Estava conversando com o grupo e o Suárez concordou. Na maioria das vezes, o time fica mais ofensivo com três zagueiros — comentou Renato.
Apesar da avaliação de que a mudança de esquema foi acerto, a manutenção está em risco para o próximo jogo. Além da suspensão de Kannemann, Bruno Alves deixou o Gre-Nal com dores no tornozelo esquerdo e será reavaliado antes da viagem para Curitiba.
Outra possível ausência contra o Athletico-PR é Bitello. Por conta das dores musculares, o meio-campista terá a preservação avaliada para o gramado sintético da Arena da Baixada.