Diego Souza vive uma rotina desconfortável em 2023. Se a máxima de que centroavantes vivem de gols é verdadeira, o momento atual do ex-volante é algo incômodo para quem se acostumou a balançar as redes dos adversários. Artilheiro do Grêmio nos últimos três anos, com 71 gols feitos, ele ainda não marcou nenhuma vez na temporada. Uma seca que chega a oito jogos no ano, e alcança 10 partidas contando a reta final da Série B de 2022.
Por isso, o jogo deste sábado (11), em Erechim, contra o Ypiranga, terá um componente especial de motivação para Diego. Antes de iniciar a disputa da fase de matas do Gauchão, o centroavante quer fazer as pazes com o gol e mostrar que pode ser a alternativa a Luis Suárez no grupo para o restante do ano.
Jogador da confiança de Renato Portaluppi, que o indicou como opção para o ataque no fim de 2019, Diego Souza retribuiu a aposta do técnico com muitos gols. Desde o seu retorno ao Grêmio — teve uma passagem como meia em 2007 —, o centroavante foi um dos principais artilheiros em atividade no país. E teve a produção apontada por Renato como um dos motivos do sucesso na campanha de retorno da Série B no ano passado.
— Estamos na Série A e precisamos agradecer muito ao Diego. Fez muitos gols importantes. Por isso, tivemos o carinho de renovar o contrato dele. Foi importante e ainda nos ajudará bastante — disse Renato, em entrevista na véspera da estreia do Grêmio na temporada.
O contrato de Diego Souza com o Grêmio tem validade até junho deste ano, mas existe a possibilidade de ser ampliado até o final de 2023. Por isso, é importante encerrar a sequência sem gols. Seu último foi contra o Londrina, no dia 8 de outubro de 2022. A série de 10 jogos sem marcar supera a de 2007, quando Diego ainda jogava como meia, e passou oito partidas sem fazer gols.
— No caso do Diego Souza, é mais difícil por ele não ser o titular. Suárez é o nove principal. Isso se tornará mais comum pro Diego, que vai jogar menos. Não adianta. Precisa manter o trabalho. Um centroavante dessa qualidade e experiência dele é importante para o Grêmio. Jogador nessa idade precisa pensar diferente. Focar mais no grupo e deixar de lado o individual. É uma transição difícil. Você percebe que é o início do fim, e isso é difícil — pondera Christian, ex-centroavante do Grêmio.
O atenuante da sequência é que o jogador disputou apenas 194 minutos de um total de 720 minutos possíveis. Mas, mesmo destrinchando os números, o retrospecto atual como centroavante é o de sua pior produção. Em 2020, quando retornou a Porto Alegre, o jogador contabilizou uma média de um gol marcado a cada 151 minutos em campo. Em 2021, o número foi de 130 minutos para cada gol. No ano passado, o tempo foi de 179 minutos para marcar.
— Estou jogando sempre faz três anos. Sempre que fui a campo, correspondi. Espero que ele (Luis Suárez) jogue e faça gols. Que faça a qualidade do time crescer. O ano é longo e tem jogo para todo mundo. O Renato sempre mescla bastante, descansa um ou outro. Se ficar três jogos pra ele e um pra mim, estarei à disposição para ajudar. Tá ótimo. Ficarei feliz — comentou Diego Souza, em entrevista exclusiva para GZH e Rádio Gaúcha.
Não será possível para o jogo deste sábado, mas Renato já afirmou em entrevistas que pretende testar uma formação de ataque com Suárez e Diego Souza juntos. Até o momento, o técnico fez a tentativa no decorrer de partidas do Gauchão. Na composição tática, o uruguaio permaneceu mais posicionado como referência e Diego recuava para auxiliar na armação das jogadas na faixa central do campo.
Prestes a completar 38 anos em 17 de junho, Diego Souza já afirmou que 2023 será sua despedida dos gramados. Seu plano é defender o Grêmio até o final do ano e pendurar as chuteiras com mais alguns títulos para completar sua coleção.