Adversário do Grêmio na Copa do Brasil, o Campinense está preocupado com o desgaste. Além de ter atuado no domingo (26), no empate por 0 a 0 com o Treze, pelo Estadual, a equipe do técnico Leston Júnior encarou uma maratona de 12 horas para chegar a Brasília, local do jogo contra o Tricolor. Os paraibanos acreditam que o aspecto físico será uma vantagem dos gaúchos.
— Isso é desumano. Mas não nos isenta de responsabilidade. A gente está aqui para tentar minimizar esses efeitos — declarou o treinador do time de Campina Grande.
O jogo será em Brasília por uma decisão do próprio Campinense, que vendeu o mando de campo para uma empresa brasiliense, que levou o jogo para o Estádio Mané Garrincha, por R$ 350 mil. O valor é quase o dobro da folha salarial do clube paraibano, que gira em torno de R$ 200 mil mensais.
Contudo, para chegar à Capital Federal, o time de Leston Júnior encarou uma verdaira saga. Após o empate no clássico local com o Treze, domingo (26), a delegação do Campinense deixou Campina Grande na segunda (27), às 9h da manhã, de ônibus, rumo ao Recife. Após a viagem terrestre de quase quatro horas, os paraibanos tomaram um voo na capital pernambucana rumo ao Distrito Federal. Por conta da conexão em São Paulo, o desembarque em Brasília ocorreu apenas às 23h, 12 horas após o embarque na Paraíba.
Em compensação, o Grêmio viajou de Porto Alegre a Brasília apenas nesta terça (28), pela manhã, em voo fretado, em uma viagem de apenas 2h30min. Além disso, o último jogo tricolor foi na sexta (24), contra o Novo Hamburgo, o que deu aos gaúchos dois dias a mais de descanso em relação ao adversário.
A direção do Campinense inclusive fez críticas públicas à Federação Paraibana de Futebol (FPF), que marcou o clássico com o Treze para o domingo (26), apenas três dias antes do jogo contra o Grêmio.
— A Federação Gaúcha de Futebol está jogado ao lado do seu filiado, ao contrário da Federação Paraibana. Com isso, o Grêmio chega bem mais descansado. Além disso, é um time que dispensa apresentações. Tem uma boa base e uma estrela de nível mundial, como é o caso do Luis Suárez. Vai nos dificultar bastante. Mas temos a pretensão de fazer um bom jogo e, se possível, conquistar a classificação — disse a GZH o diretor de futebol do Campinense, Rômulo Farias.
O nome mais conhecido dos gaúchos entre os atletas do Campinense é o lateral-esquerdo Bruno Collaço, revelado pelo Tricolor. O provável time dos paraibanos tem: Otávio Passos; Thiago Ennes, Diego Silva, William e Bruno Collaço; Paulo Victor e Ramires; Diego Viana, Mauri e Vanderlan; Willian Anicete.
Campinense e Grêmio enfrentam-se nesta quarta (1º), às 20h, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, em jogo único, válido pela primeira fase da Copa do Brasil. O vencedor avança automaticamente para a segunda fase. Melhor ranqueado na CBF, o Tricolor tem a vantagem do empate.