Na condição de mandante do clássico, a capitã Tuani, das Gurias Gremistas, demonstrava tranquilidade e ansiedade ao falar da final de domingo (6). O momento de maior sorriso foi quando teve a oportunidade de segurar a taça para posar para as fotos. Algo que o clube já persegue a algum tempo.
— É pesada, sim. Acho que as medalhas já estão ali (risos). Mas não é problema algum. As minhas companheiras vão erguer comigo. Vai ser muito importante encerrar esse jejum dentro da Arena — declarou a zagueira durante o encontro promovido por RBS TV e GZH.
A postura, mesmo jogando fora de casa, é um dos principais pontos positivos na avaliação da capitã. O gol marcado pelo time tricolor parecia a consolidação de uma vitória que já estava sendo ensaiada nos 45 minutos iniciais. Mas o famoso dito no futebol, de "quem não faz, leva", foi o desfecho da primeira final do Beira-Rio.
— Conseguimos dominar por mais que fosse na casa da adversária. A equipe não sentiu essa pressão. A presença da nossa torcida lá, também nos ajudou e nos empurrou muito. Foi um jogo bem difícil, mas que temos avaliações muito positivas. Precisar acertar pequenos detalhes.
A experiência de já ter vencido outros estaduais, aponta para um dos aspectos a serem corrigidos para a final: a efetividade no ataque. Marcar gols se torna ainda decisivo diante do cenário do empate. Se o time quiser ser campeão dentro dos 90 minutos, precisará consolidar o resultado.
— Tivemos diversas oportunidades de fazer um placar melhor, mas não conseguimos colocar a bola dentro do gol. Essa é nossa lição. Temos conversado sobre isso, de quando tivermos a oportunidade, matar o jogo. Temos de errar o menos possível porque o Inter é um time muito perigoso e já mostrou isso, mesmo com uma jogadora a menos.
Apesar da sexta final consecutiva entre os clubes, o duelo na Arena será inédito. Pela primeira vez, será um clássico valendo título estadual e no principal estádio gremista. Algo que engrandece o protagonismo dos clubes no cenário nacional e traz ainda mais confiança para as atletas.
— Tem um peso maior de ser campeã com a camisa do Grêmio. Toda essa atmosfera nos motiva muito. A evolução do futebol feminino gaúcho, jogar nos principais estádios e decidir dentro de casa, com nosso torcedor, é algo a mais para nós. Pedimos que o torcedor compareça porque vamos erguer o título.
Para quem desembarcou no Vieirão nesta temporada, a braçadeira de capitã ganhou um peso a mais. Tuani assumiu o postou em virtude da lesão de Pri Back, uma das principais referências do time. Além de poder quebrar o tabu de seca do clube, é uma oportunidade mais especial para a atleta.
Antes da última pose e do momento final com a taça, houve um olhar de esperança e confiança. A seguinte frase também foi pensada e dita em voz alta:
— Eu sinto que domingo ela (a taça) vai ser minha. Me espera que domingo é nós.