Quando a delegação do Grêmio subir no ônibus para Muriaé, onde enfrentará o Tombense na próxima sexta-feira (28), nenhum dirigente político estará junto dos jogadores e comissão técnica. Será a primeira vez nesta Série B que a gestão não estará representada em uma partida fora de casa.
Após dois dias no Rio de Janeiro, o presidente Romildo Bolzan Júnior e o vice-presidente Guto Peixoto embarcarão de volta para Porto Alegre na tarde desta quarta (26). A explicação está na perda de importância do jogo a partir do acesso matemático garantido. Com negócios profissionais na capital gaúcha, os dirigentes decidiram antecipar o retorno para a casa.
— Retornarei para assuntos particulares e familiares. Nada além disso — disse Romildo à reportagem de GZH.
Porém, internamente há um certo distanciamento e clima de mal-estar gerado pela entrevista do técnico Renato Portaluppi após a vitória sobre o Náutico.
— Chega de amadorismo. O Grêmio é muito grande para ter amadores. A conta chega. Só que quando a conta chega, tem que voltar ou trazer um otário para apagar a luz. Nem sempre esse otário consegue dar jeito nas coisas — disparou o ídolo gremista ainda no Estádio dos Aflitos.
O entendimento é de que a fala do treinador foi direcionada a pessoas que passaram pelo departamento de futebol no período que culminou com o rebaixamento, mas que não convivem mais no vestiário do clube. Entretanto, veio de forma ríspida, em um momento que deveria ser de exaltação do acesso.
— Quem conhece o Renato tem de conhecer o Renato e entender o Renato. E, principalmente, como conviver com ele exatamente durante essas situações. Como conheço ele há muito tempo e convivi com ele praticamente por cinco anos e o retorno agora veio em uma situação que lhe permite dizer isso. Nessa hora, em uma hora de retorno à Série A, depois de um purgatório de um ano... Tínhamos três situações para fazer, tivemos a Copa do Brasil, que fracassamos, o Gaúcho, que vencemos, e a necessidade de retorno, que retornamos. De três objetivos, dois vencemos. E nesse momento de retorno, a coisa mais importante do líder é exaltar aquelas que contribuíram para a volta. E eu fiz isso. E acho que é isso que deveria ser feito — comentou Romildo em entrevista à ESPN.
Desde o episódio, Renato não se manifestou mais publicamente. A tendência é que ele faça isso na entrevista coletiva após o duelo com o Tombense.
Ainda no Rio de Janeiro, o Tricolor realiza na tarde desta quarta-feira o último treino antes do confronto e, na quinta pela manhã, embarca rumo ao interior mineiro. Caso não haja nenhuma mudança, o diretor-executivo Diego Cerri é quem irá chefiar a delegação na última jornada como visitante.