Em uma mesma nota o Grêmio anunciou no começo da noite desta quinta-feira (1º) a demissão de Roger Machado e a volta de Renato Portaluppi. Treinador que mais comandou o clube na história, Renato retorna à Arena 504 dias após o encerramento de sua terceira e mais vitoriosa passagem na casamata tricolor. O reencontro acontece com clube e técnico em busca de momentos melhores.
Desde a saída de Renato, quatro treinadores passaram pelo Grêmio acumulando poucos sucessos e mais fracassos, especialmente a queda para a Série B. O primeiro foi Tiago Nunes. Ainda que tenha conquistado o título do Gauchão e tido um aproveitamento total de 58,3%, o treinador saiu após uma má arrancada de Brasileirão, onde conquistou apenas dois pontos nas primeiras sete rodadas.
Saiu Tiago Nunes e a aposta foi em outro ídolo. Felipão até ameaçou uma reação no Brasileirão, mas uma queda de desempenho e a impossibilidade de deixar o Z-4 fizeram o técnico ser demitido após apenas 21 jogos.
Já com um novo departamento de futebol comandado por Denis Abrahão, Vagner Mancini foi contratado para as 14 rodadas finais do Brasileirão. Mesmo tendo falhado na missão de evitar o rebaixamento, o técnico foi mantido para o começo desta temporada. Mas bastaram apenas quatro partidas da equipe principal no Gauchão para a sua demissão e o retorno de Roger Machado.
Assim como Tiago Nunes em 2021, Roger conquistou o Gauchão e atingiu uma aproveitamento total próximo dos 60%. Com ele, o Tricolor obteve 58,3% dos pontos disputados, mas a sequência de apenas um ponto somado nas últimas quatro rodadas da Série B decretaram o fim de sua segunda passagem como técnico gremista.
Ao mesmo tempo que o Grêmio fracassou com seus técnicos, a única experiência de Renato Portaluppi fora da Arena neste período também esteve longe de atingir os objetivos. O treinador assumiu o Flamengo em julho do ano passando tendo Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores ainda em disputa.
No Brasileirão, o Rubro-Negro não conseguiu acompanhar o Atlético-MG na disputa pelo título. Na Copa do Brasil, o Flamengo parou para o Athletico-PR na semifinal. A campanha na Libertadores foi de bom futebol e vitórias até a decisão, mas o Flamengo acabou derrotado pelo Palmeiras na final.
Renato acabou sendo demitido do Flamengo, em novembro do ano passado. Além da falta de taças, o treinador ficou marcado por algumas informações saídas de dentro da Gávea de críticas sobre o seu trabalho.
Em janeiro deste ano, Cesar, goleiro reserva de Diego Alves no clube carioca, afirmou publicamente que o grupo do Flamengo sentiu carência de maior trabalho tático de Renato.
— Nosso time é muito acostumado a trabalhar, é um prazer. Todo treinador que chega aqui fala que nosso grupo era bom de trabalho. É natural que o jogador peça e sinta essa necessidade (de trabalhos mais detalhados). Eu acho que ele (Renato) tentou de todas as formas, tentou passar tudo que ele tinha. Não é simples trabalhar e treinar jogadores tão capacitados. Nosso grupo anseia muito por trabalhos táticos, e talvez tenha faltado — declarou o goleiro em entrevista ao podcast Barbacast.
Apesar da falta de títulos e das críticas, Renato Portaluppi deixou o Flamengo com um aproveitamento de 72%, superior ao de seu antecessor Rogério Ceni, que foi campeão do Brasileirão de 2020 – ganhou também uma Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca em 2021.
Renato chegará a Porto Alegre na segunda-feira (5). Sua reestreia está marcada para 11 de setembro, diante do Vasco da Gama, na Arena, às 16h. Uma tarde de domingo de reencontro da torcida do Grêmio com seu maior ídolo em busca de dias melhores para ambos.
Renato Portaluppi no Flamengo
- 37 jogos
- 24 vitórias
- 8 empates
- 5 derrotas
- 72% de aproveitamento
- 87 gols pró (2,3 por jogo)
- 32 gols contra (0,86 por jogo)
Os treinadores que passaram pelo Grêmio
Tiago Nunes
- 16 jogos
- 8 vitórias
- 4 empates
- 4 derrotas
- 31 gols marcados (1,9 por jogo)
- 16 gols sofridos (1 por jogo)
- 58,3%% de aproveitamento
Felipão
- 21 jogos
- 9 vitórias
- 3 empates
- 9 derrotas
- 22 gols marcados (1,1 por partida)
- 23 gols sofridos (1,1 por partida)
- 47,6% de aproveitamento
Mancini
- 18 jogos
- 9 vitórias
- 3 empates
- 6 derrotas
- 31 gols marcados
- 26 gols sofridos
- 55,55% de aproveitamento
Roger Machado
- 37 jogos
- 17 vitórias
- 12 empates
- 8 derrotas
- 50 gols marcados
- 23 gols sofridos
- 56,7% de aproveitamento
