O Grêmio alcançou os objetivos na tarde de sábado (23) na Arena. Na reestreia de Lucas Leiva, os mais de 40 mil gremistas presentes comemoraram vitória de 2 a 1 sobre a Ponte Preta que colocou o clube na vice-liderança da Série B e ampliou para 14 jogos a invencibilidade na competição.
Diego Souza e Campaz, ambos no primeiro tempo, marcaram os gols tricolores. Wallison, aproveitando falha de marcação em escanteio, descontou para os paulistas na etapa final.
Estrela da tarde, Lucas Leiva não escondeu a emoção de voltar a vestir a camisa do Grêmio após 15 anos. O volante, que começou no banco e entrou no segundo tempo, afirmou que aos 35 anos teve um sentimento diferente de defender o clube do coração em comparação com sua primeira passagem pelo Tricolor, ainda nos tempos de Estádio Olímpico.
— O mês tem sido muito emocionante para mim. Eu tive muitos companheiros que jogaram pelos clubes do coração e eu via que eles sentiam de um modo diferente. Já joguei aqui, mas com 35 anos você tem mais experiência e fica mais emocionado. Hoje entendo o Gerrard (companheiro de Liverpool) o Danilo Cataldi (companheiro na Lazio), que é de Roma. Hoje sinto o que é vestir a camisa do clube do coração. Novo você não sente tanto, mas mais velho é diferente — declarou no caminho para o vestiário.
Lucas Leiva também minimizou o fato de ter começado no banco de reservas. Ele disse não ter pressa para ganhar a vaga de titular e ressaltou que o momento é de pensar no coletivo acima de qualquer desejo pessoal.
— Quero jogar, mas respeito as decisões, meus companheiros, o grupo, eles que trouxeram o Grêmio até aqui. Quando o Roger (Machado) decidir a hora de começar jogando, vou procurar dar meu máximo. Enquanto isso vou melhorando o meu condicionamento. Falei na minha apresentação e repito: o momento é de falar menos do eu e sim falar do nós. Só assim poderemos alcançar os nossos objetivos — completou.
O técnico Roger Machado explicou a decisão de deixar Lucas Leiva no banco. Ele usou o argumento de que era preciso valorizar os jogadores que vinham atuando com bom desempenho nas últimas rodadas da Série B e reclamou de algumas críticas recebidas ao longo da semana sobre o tema.
— A gestão da escalação não foi complicada, foi pautada pelos pilares que a gente constrói, de gestão técnica, tática, física, do ambiente interno, externo, única questão que não se pode sobrepor a uma que seja importante e pode influenciar no contexto de ambiente. Fui vaiado, não tem dúvida que foi construção do ambiente externo, alguns atuam de forma pesada, algumas opiniões, mas faz parte do processo. Sempre convivi com respeito, tem o ritmo dos jogadores. O Lucas estava há quase três meses sem jogar, o entrosamento do setor foi pouco trabalhado, para mim era precipitado e se provou correto. Se fosse depois de uma derrota seria teimosia — apontou.
Se Lucas Leiva estreou e a vitória colocou o Grêmio na vice-liderança, nem tudo foi alegria na Arena. O Tricolor voltou a sofrer gol de bola parada, o que gera preocupação. Questionado sobre o assunto, Roger apontou a diferença do gol sofrido para a Ponte em relação ao do Brusque, na rodada anterior, mas admitiu que será preciso fazer correções.
— O erro de hoje (sábado) foi diferente do último jogo. Hoje foi na primeira trave e contra o Brusque foi na segunda que tivemos dificuldade de marcar. A média de gols de bola parada está baixa, mas temos que identificar e atacar. Hoje mudamos o posicionamento do Bitello, que foi justamente em cima dele o gol do Brusque. Hoje puxamos o Villasanti, que é mais alto, para o segundo pau, onde tivemos problemas contra o Brusque, e levamos o gol no primeiro pau. Agora vamos ajustar de novo — projetou.
O Grêmio voltará a campo nesta terça-feira (26) para encarar a Chapecoense, em Chapecó, com a missão de melhorar o aproveitamento como visitante, já que conquistou apenas uma vitória fora de casa no primeiro turno. Roger Machado admitiu que o time precisa ser mais regular nas partidas fora da Arena.
— A janela de atuações dos jogos fora está desequilibrada. Fazemos bons primeiros tempos, outros momentos bem no segundo. Isso precisamos melhorar. Mesmo tendo empatado, nós temos buscado a vitória. Passa por ajustar melhor, entender bem o jogo, fazer a leitura da partida e ter a contundência quando as oportunidades aparecerem — avaliou.
Com 14 jogos sem perder, o Grêmio igualou recordes de Náutico, em 2021, e Vasco, neste ano, que também ficaram 14 rodadas invictos na Série B. Diante da Chapecoense, o Tricolor poderá atingir marca inédita na Segunda Divisão com 15 partidas de invencibilidade. Quem sabe com uma vitória para melhorar também o aproveitamento fora da Arena.