A má fase do Grêmio na Série B causa grande preocupação entre os torcedores.
Os tricolores, após nove jogos, seguem fora do G-4 da competição. Por mais que tenham a folha salarial mais alta da Segunda Divisão, não engrenam. GZH consultou 10 especialistas, entre torcedores e analistas, para identificar de quem é a culpa pelo mau momento.
No Grêmio, os analistas convidados apontam a direção como parte com maior responsabilidade pelas dificuldades do clube na temporada: 62% de responsabilidade sobre o mau momento.
O grupo de jogadores vem em seguida na relação, com 22% de responsabilidade pela má fase. O técnico seria o menos responsável, segundo o levantamento, com 16% dos votos.
Sérgio Xavier, comentarista do SporTV
Direção: peso 6
Treinador: peso 1
Jogadores: peso 3
A diretoria é responsável direta pelo fracasso do No Grêmio. A montagem de um elenco fisicamente fraco e com carências em várias posições é um erro evidente. Mas jogadores desempenham mal e Roger já teve algum tempo pra treinar e achar alternativas
Marco Aurélio Souza, repórter do Grupo Globo
Direção: peso 5
Treinador: peso 2
Jogadores: peso 3
Roger não tem bom material humano. O quebra-cabeças tem peças faltando. Os ícones estão mais velhos e os jovens não tem o talento das revelações dos últimos anos. Longe disso. A direção é o recheio, a cobertura e a cereja do bolo chamado desastre.
Alex Bagé, comunicador do Grupo RBS
Direção: peso 5
Treinador: peso 2
Jogadores: peso 3
Penso que o Roger Machado é o menos culpado. Ele trabalha com um grupo que não foi formado por ele. A maior parcela de responsabilidade pela má fase é da direção e um grupo de jogadores que ajudou a rebaixar o Grêmio. Os jogadores pela falta de entrega e comprometimento e a direção por não entender o real tamanho do Grêmio. Trouxeram reforços que não resolvem nada.
Rodrigo Adams, comunicador do Grupo RBS
Direção: peso 8
Treinador: peso 1
Jogadores: peso 1
Desde 2019 o Grêmio vive um delicado momento institucional e moral. As eliminações das Libertadores de 19 e 20 com goleadas escancaram o frágil trabalho da direção, que varria todos os seus problemas para baixo do tapete de Renato. Os sinais eram escancarados, mas Romildo Bolzan e seu Conselho de Administração não possuem a habilidade e a humildade da autocrítica. A cereja do bolo foi a entrada de Dênis Abrahão. Ele é o retrato do que o Grêmio se transformou: uma piada. Os jogadores têm uma parcela de culpa importante, mas os erros da direção são tão grandes que quase passam batidos nesta má fase. O que mais me incomoda é o fato de estarem desconectados com o torcedor e a falta de entendimento da competição que estão jogando. A culpa do Roger passa diretamente pela falta de evolução do time. O Grêmio simplesmente não evolui. Os erros se repetem e a corda do treinador parece estar bem esticada.
Filipe Gamba, apresentador da Rádio Gaúcha
Direção: peso 7
Treinador: peso 1
Jogadores: peso 2
O Grêmio vive uma crise institucional que atinge todos os departamentos. Algo que iniciou há alguns anos, mas que se agravou no passado - culminando com o terceiro rebaixamento na história do clube e que persiste na atual temporada. Todos os problemas que o Grêmio enfrenta hoje são de responsabilidade do corpo diretivo. O planejamento para 2022 foi mal feito, o Grêmio montou um grupo insuficiente, apostou na permanência de um treinador comprovadamente incapaz de extrair mais do elenco. Com uma série de escolhas equivocadas, os dirigentes foram obrigados a mudar o comando da comissão técnica, promovendo uma alteração de rota antes mesmo do início da Série B. Atestaram o equívoco. Chamado às pressas, Roger Machado também possui a sua parcela de responsabilidade - mas é o menos culpado e está tentando encontrar uma solução em meio a um ambiente caótico que já faz parte da realidade do Grêmio.
Gustavo Manhago, narrador da Rádio Gaúcha
Direção: peso 7
Treinador: peso 2
Jogadores: peso 1
A direção é a grande culpada pelo momento vivido pelo Grêmio, não agora, mas desde o início da queda de rendimento do time com o Renato Portaluppi, ainda em 2019. O que se agravou em 2022, foi manter intacta a estrutura rebaixada de 2021. Estrutura que começava no vice-presidente de futebol, passando pelo diretor-executivo até o técnico Vagner Mancini. Eles ficando, permaneceram as ideias equivocadas de formação de grupo, com contratações completamente desqualificadas e impróprias para este ano, entre elas Benítez e Janderson. O Roger não tem as peças mais qualificadas para impor o que pensa. Mas com o limitado grupo que tem, é imperioso que o Grêmio jogue mais e suba com folga na Série B. A qualidade dos jogadores não vai mudar. São insuficientes e continuarão sendo. Mas bem dirigidos e bem treinados, podem atingir o objetivo primordial de 2022 que é o acesso à Série A.
Maurício Saraiva, comentarista da Rádio Gaúcha e da RBS TV
Direção: peso 4
Treinador: peso 3
Jogadores: peso 3
No caso do Grêmio, a responsabilidade poderia ser dividida em 33% para cada uma das três partes, com 1% para o aleatório. Mas para efeito de matemática, consideramos um ponto a mais para os comandantes. Direção atrapalhada, treinador sem rumo e jogadores atuando abaixo do próprio padrão compõem o combo do insucesso. O melhor e mais bem pago elenco da Série B não está trabalhando bem. O treinador que o comanda, tampouco. E a direção que montou o grupo e paga o técnico não faz o suficiente para que os profissionais deem a melhor resposta.
Luciano Périco, apresentador da Rádio Gaúcha e narrador da RBS TV
Direção: peso 6
Treinador: peso 2
Jogadores: peso 2
Tanto no Grêmio quanto no Inter, os dirigentes tem a maior parcela pelo momento de turbulência e desconfiança de todos. Eles são os principais responsáveis pela formação dos grupos de atletas e escolha dos treinadores. No Grêmio, os erros nas contratações são visíveis. Qual foi o reforço que deu certo nos últimos anos? Por exemplo, já se perdeu a conta de quantos laterais-direitos já chegaram em 2022 e ainda não há um titular.
Diogo Olivier, comentarista da Rádio Gaúcha e da RBS TV
Direção: peso 7
Treinador: peso 1
Jogadores: peso 2
No Grêmio, 70% vai para a direção, que premiou os atores do rebaixamento com a permanência, na casamata e no gabinete. Nunca se viu nada igual. Mais: entregou a Mancini, que rebaixou o clube, a missão de indicar reforços que, se vê agora, são insuficientes. Os outros 20% vão para os jogadores. Deixo só 10% para Roger, obrigado a fazer um pudim sem leite condensado.
Leonardo Oliveira, comentarista da Rádio Gaúcha
Direção: peso 7
Treinador: peso 1
Jogadores: peso 2
O campo é consequência dos equívocos cometidos pelo Grêmio nos últimos três anos. São desajustes em processos internos, falta de uma política clara de futebol e aposta maior na intuição do que na ciência. O que resulta em decisões erradas e análises enviesadas. O que faz um dos clubes que mais arrecadaram em vendas de jogadores estar nesta situação de enrosco na Série B. As contratações são a parte mais visível desse cenário. O grupo da Série B foi mal arquitetado e, agora, será preciso acertar em cheio na janela de julho para salvar a obra. Além disso, o clube errou ao manter a direção e a comissão técnica rebaixadas, além de parte significativa do grupo. Roger chegou em fevereiro e herdou esse projeto mal elaborado. É o menos culpado. Quanto aos jogadores, algumas peças poderiam até render mais. Mas como cobrar deles nesse contexto pontuado por equívocos?