Depois de vencer três partidas seguidas, o Grêmio voltou a sentir o sabor amargo da derrota na Série B. No domingo (8), o Tricolor levou 1 a 0 do Cruzeiro, em Belo Horizonte, e perdeu a oportunidade de igualar a pontuação do líder Bahia. GZH aponta três motivos que ajudam a explicar o revés da equipe de Roger Machado.
Estratégia inicial não funcionou
Diante do Cruzeiro, o Grêmio enfrentou pela primeira vez uma equipe que atua com três zagueiros na Série B. No 3-4-3, o técnico Paulo Pezzolano usa na fase ofensiva os extremas Luvannor e Jajá na aproximação ao centroavante Edu enquanto os alas Geovane e Matheus Bidu avançam bastante pelos lados.
Para tentar conter isso, o técnico Roger Machado orientou seus atacantes de lado para acompanhar as subidas dos alas mineiros.
Assim, na fase defensiva, o Grêmio teve muitas vezes Elias e Biel formando uma linha que contava com seis homens atrás, atuando junto aos defensores Rodrigo Ferreira, Geromel, Bruno Alves e Diogo Barbosa.
Com os pontas tão recuados, o Tricolor deu muita liberdade para o Cruzeiro iniciar as jogadas desde a defesa. Com essa linha de seis atrás, o time gaúcho tinha à frente deles o trio de meio-campo formado por Villasanti, Lucas Silva e Bitello junto ao centroavante Diego Souza, de pouco combate. Isso permitiu com que os zagueiros que fazem as saídas pelos lados do time mineiro, Zé Ivaldo e Eduardo Brock, conseguissem entrar no campo gremista com liberdade para dar passes e lançamentos aos homens ofensivos.
— (O Cruzeiro) É uma equipe que entra pouco no momento defensivo, que pressiona alto e tem um pós-perda rápido. A ideia era de trocar de corredor assim que retomássemos a bola por um lado, mas conseguimos poucas vezes acionar esse segundo momento. Com a amplitude, os nossos atacantes foram bastante sacrificados nessa partida. A gente sabia que marcando com linha de cinco e até de seis em alguns momentos, se não conseguisse encaixar os contra-ataques fazendo o Cruzeiro correr para trás, ia ter pouco a bola. A nossa ideia era fugir pelos corredores no lado contrário da bola. Logo que perde a bola, o Cruzeiro faz uma pressão com cinco jogadores na frente e você precisa trocar de corredor porque a chance de perder a bola é grande. Nós fizemos isso poucas vezes — explicou Roger.
Desatenção no gol
Mesmo com o Grêmio formando essa linha de seis jogadores atrás, o Cruzeiro conseguiu encontrar espaço pelo lado esquerdo no lance do seu gol. Essa jogada aconteceu logo após Roger Machado ter invertido os pontas, passando Biel para a direita e Elias para esquerda.
O lance do gol começou com cruzamento que veio do setor direito de ataque do Cruzeiro e Biel fez o primeiro corte. Nesse momento, Biel correu em direção ao centro do campo esperando que o Grêmio pudesse iniciar contra-ataque, mas o time mineiro recuperou a bola no rebote. Esse movimento de Biel ocorreu sem Rodrigo Ferreira retomar o posicionamento no lado direito, o que deixou o ala Matheus Bidu livre para receber a bola e fazer o cruzamento. Rodrigo Ferreira até tentou corrigir, mas acabou mandando contra o gol a tentativa de desvio no lance.
Poucas finalizações
O Grêmio melhorou no segundo tempo a partir da mudança feita por Roger no intervalo com a entrada de Gabriel Silva no lugar de Lucas Silva, além de ter adiantado marcação gremista.
Mais presente no campo de ataque e com uma maior posse de bola — teve 54% na etapa final contra 37% no primeiro tempo —, o Tricolor foi pouco efetivo nas finalizações. O Grêmio teve seis chutes, mas apenas um foi no alvo, de Campaz, já nos acréscimos, na única defesa do goleiro Rafael Cabral no segundo tempo.
Grêmio no segundo tempo
- Posse de bola: 54%
- Finalizações: 6
- Finalizações no gol: 1