A derrota para o Cruzeiro ligou novamente o sinal de alerta do torcedor gremista. Dominado pelo adversário no primeiro tempo na partida do Independência, o time de Roger Machado só conseguiu equilibrar o jogo após uma troca no intervalo — a entrada de Gabriel Silva, no lugar de Lucas Silva, devolveu ao Grêmio a capacidade de ameaçar o gol adversário. Com a atuação, o jovem de 19 anos ganhou pontos na briga para ser o "Silva" na escalação titular de meio da equipe para a partida da próxima segunda-feira (16), contra o Ituano.
A possibilidade de que Roger Machado aposte novamente no meio de campo utilizado em seu retorno ao clube ganhou força nos últimos dias. Na goleada sobre o São Luiz, ainda no Gauchão, o trio de meio teve Villasanti, Gabriel Silva e Bitello. E essas peças estão novamente cotadas para começar uma partida. O desempenho irregular ofensivo da equipe, mesmo com a sequência de três vitórias na Série B até a derrota para o Cruzeiro, mantém o debate vivo sobre a necessidade de que Lucas Silva perca a titularidade.
— Acredito que o Gabriel Silva deixa o time mais ofensivo, mas não precisa também ter apenas uma forma de jogar. A Série B apresenta jogos que exigirão mais criatividade e outras partidas em que a estratégia seria desarmar e sair em velocidade. O segundo tempo foi bom, mas o Grêmio poderia ter feito mais com a formação que iniciou. Não conseguiu encaixar a marcação e sair com a bola. Tomou um gol por não defender bem a largura do campo. Foram outras questões que levaram para a derrota — avaliou o comentarista Carlos Eduardo Mansur, do Grupo Globo.
Os números do duelo contra o Cruzeiro indicam que a mudança de peças aumentou a capacidade ofensiva do Grêmio na partida. Após a entrada de Gabriel Silva no intervalo da partida, o Grêmio registrou índices muito superiores em comparação ao que conseguiu com a estrutura que iniciou o confronto.
O Grêmio trocou 127 passes, 107 certos, e finalizou ao gol de Rafael três vezes nos primeiros 45 minutos de jogo. Com uma peça mais ofensiva, Gabriel Silva no lugar de Lucas Silva, o time arriscou seis vezes ao gol e trocou 178 (157 certos) passes. A bola também ficou muito mais tempo nos pés dos jogadores gremistas com um parceiro mais ofensivo para Bitello: (53% x 36%).
O técnico Roger Machado, em sua entrevista coletiva após a partida contra o Cruzeiro, comentou que não descarta a possibilidade de alteração para a sequência da competição:
— O Gabriel entrou muito bem, levou nosso time para frente, empurrou bolas em profundidade, teve peso para marcar, mas não foi suficiente. É uma possibilidade de começar com ele.
O final do jogo apresentou uma alternativa ainda mais ofensiva, com apenas Villasanti com características de marcação entre os jogadores de meio. Campaz e Gabriel Silva estiveram juntos em campo no Independência, com o colombiano perdendo uma oportunidade clara de gol para empatar nos minutos finais.
— O Roger precisa encontrar um modelo diferente. E Lucas Silva precisa sair. A atuação dele em BH foi constrangedora. Inclusive o gol do Cruzeiro nasce numa disputa de bola perdida por ele que pega o Biel saindo para o ataque e deixando a lateral esquerdo livre para cruzar. Das opções que restam no banco para entrar, Gabriel Silva é, sem sombra de dúvidas, a mais qualificada e a que mais resposta deu em 2022. Torna o time mais leve e vertical. Deve melhorar bastante — projetou o narrador Gustavo Manhago.
A questão começará a ser definida nesta terça-feira (10), na reapresentação dos jogadores do Grêmio após a folga geral na segunda. O técnico Roger Machado inicia a preparação para a partida contra o Ituano em atividade no CT Luiz Carvalho.