Duas semanas depois da confiança construída com a conquista do Gauchão, o Grêmio voltou a assustar o torcedor com o início decepcionante na Série B. Após criar chances, mas não marcar em jogos contra a Ponte Preta e a Chapecoense, o clube encerra a segunda rodada da competição com apenas um ponto somado e a preocupação reforçada com a capacidade do time em converter em gols os lances que constrói. E com o ataque sem produzir, e a defesa vazada na única oportunidade que o time catarinense teve, a torcida na Arena vaiou os jogadores gremista na saída de campo com a derrota por 1 a 0.
O diagnóstico da comissão técnica e da direção se mostrou semelhante nas entrevistas coletivas após a partida. Para Roger Machado, o modelo de jogo e a formação não são os problemas da equipe. O técnico citou como exemplo que o time com a mesma estrutura no Gauchão criou mais chances de gol no primeiro tempo, mas não teve a mesma capacidade para pressionar o adversário no segundo tempo após a entrada de jogadores com características mais ofensivas.
A questão que ligou novamente o alerta nos bastidores do Grêmio é o mesmo problema que se apresentou na sequência recente de partidas. O time cria, oportunidades de gol são construídas com frequência, mas a equipe acaba falhando e desperdiça a produção gerada. A explicação do técnico para a derrota no jogo contra a Chapecoense foi simples: faltou competência ao Grêmio. Até mesmo o ambiente da Arena acabou pesando nas dificuldades gremistas na partida.
— A dúvida que teríamos é se o modelo conseguiria dar volume de jogo dentro de casa contra retrancas. Geramos perigo de gol. Esse tema foi objeto de duas conversas que tivemos. Preciso gerar volume, ter a bola, mas ter contundência. Quanto mais tempo passa, acontecem alguns fenômenos. O adversário acredita que sua estratégia está certa, nós ficamos ansiosos para definir o lance e traz o ambiente de ansiedade da arquibancada para dentro de campo. Isso conspira contra. Tinha três minutos e a torcida já estava pedindo trocas. Vamos precisar que o torcedor nos empurre. Senti que a gente estava como visitante dentro de casa — lamentou o treinador, que citou a ênfase dada nos treinamentos das últimas semanas para tentar corrigir a questão:
— É um problema menor para ser solucionado. Trabalhar na semana as questões de finalização para recuperar esses pontos que deixamos em casa. Três pontos que deixamos de colocar na conta que precisaremos recuperar.
Além da expectativa de ver o trabalho e as conversas das semanas de treinamentos dando resultado durante os jogos, Roger Machado também citou a importância de contar com Diego Souza e Elkeson para a sequência da Série B. A dupla, no entanto, ainda não deve ter condição de aproveitamento. Diego ainda está entregue aos treinos físicos e o novo camisa 9 começou na última semana a pré-temporada particular que precisará cumprir antes da estreia. Sem a possibilidade de contratar até julho, o Grêmio conta apenas com os jogadores que já estão atualmente no grupo de jogadores para a partida contra o Guarani.
A tendência é que algumas mudanças se confirmem até a próxima quinta-feira, quando o Grêmio entrará em campo pela terceira vez na competição. Para a próxima rodada, a tendência é de que Edílson fique com a posição de Rodrigues na lateral direita. Ricardinho também é outra opção que pode alterar a capacidade ofensiva do time, com um jogador que tenha mais características para ser a referência na área e permita que o time explore cruzamentos contra um adversário mais recuado.