Após o apito final de Bruno Arleu de Araújo, árbitro de Corinthians 1 x 1 Grêmio no Itaquerão, o cenário para o Tricolor fugir da Série B ganhou ares ainda mais dramáticos. O clube precisa torcer para os adversários diretos não somarem mais pontos para conseguir ficar na primeira divisão.
O ambiente na delegação é de tensão por conta da possibilidade de queda, que poderá ocorrer já nesta segunda-feira (6). Porém, há outros elementos que surgem no vestiário gremista neste momento decisivo.
Ter sofrido o gol nos instantes finais do confronto em São Paulo gerou insatisfação entre todos. Segundo o técnico Vagner Mancini, o primeiro encontro do grupo e comissão técnica teve uma clima tenso.
— Em primeiro lugar, a gente quase se pega no vestiário. Todo mundo tem brio e sabe que tomar um gol aos 42 minutos do segundo tempo não estava no script de nenhum de nós. A gente obviamente fala muito sobre isso — relatou Mancini, na entrevista coletiva.
Informações de bastidores apontam, ao contrário das versões oficiais concedidas por dirigentes, é de que há problema de relacionamento entre os jogadores. Durante toda a campanha do Brasileirão, a divisão do elenco foi nítida para quem convive internamente no CT Luiz Carvalho. Debates e conflitos aconteceram nos últimos meses.
Demora para explicações
A longa espera pelas coletivas de Vagner Mancini, Dênis Abrahão e Romildo Bolzan gerou expectativa. A explicação do treinador sobre o clima após o empate com o Corinthians reflete o ambiente do clube. A versão pela espera, superior a uma hora após o encerramento do jogo, foi a instalação do equipamento de transmissão para internet.
— A demora foi em função da demora na instalação do equipamento (de transmissão da coletiva). Eu já estava pronto, assim como o Dênis e o presidente, tão logo acabou a partida. A gente fez a oração, como normalmente a gente faz, e houve uma demora na instalação do equipamento. Por isso, viemos depois de uma hora. Todos nós estávamos prontos, ainda estou com a roupa do jogo, não teve outra coisa — explicou Mancini.
Segundo apurado por GZH, além da conversa, que foi alongada, as refeições também foram realizadas no estádio para iniciar o quanto antes o deslocamento de volta a Porto Alegre. Por isso, a coletiva também custou um tempo maior para começar.
— Um vestiário de um jogo em que você vem ganhando e toma um gol aos 42 do segundo tempo, é óbvio que é um vestiário de muita cobrança de todos nós. Isso existe muito forte dentro do Grêmio. Mas também de chateação, em função de você ter quase alcançado aquilo que era o seu objetivo — acrescentou o treinador.
Mudança na programação
Em virtude das provocações da torcida do Corinthians, o Grêmio alterou o seu planejamento de viagem. Inicialmente, a ideia era de retornar ao luxuoso hotel que serviu de concentração para o duelo, localizado nas imediações do aeroporto de Guarulhos. Porém, pela invasão que ocorreu na madrugada de domingo e pela possibilidade de novas confusões, a decisão foi por partir diretamente para pegar o voo.
Assim, o Grêmio esperou que as pessoas envolvidas saíssem do entorno do estádio e fez todas as necessidades básicas em Itaquera para depois retornar para casa.