O Grêmio chega para o Gre-Nal 434 tentando colher pontos positivos da partida contra o Atlético-MG apesar de ter sofrido em Belo Horizonte a sua 16ª derrota no Campeonato Brasileiro — a terceira de forma consecutiva. Diante do novo revés e da situação dramática com a penúltima colocação na tabela e a sete pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento, o bom desempenho frente ao líder no Mineirão criou no ambiente gremista um sentimento de que é possível reagir no Brasileirão.
Restando 10 jogos, o Tricolor trabalha com a necessidade de conquistar, pelo menos, seis vitórias para chegar aos 44 pontos e garantir a permanência na Série A. Em uma missão tão difícil, o técnico Vagner Mancini tentará mostrar no Beira-Rio neste sábado (5) que sua equipe está pronta não apenas para fazer um bom jogo diante do Inter, mas também para conquistar a vitória na casa do rival.
Pontos positivos contra o Atlético-MG
Estilo de Mancini fortalecido
Após a partida contra o Palmeiras, quando sofreu a segunda derrota em três jogos no comando do Grêmio, Vagner Mancini ressaltou que procurou mexer pouco no time desde sua chegada à Arena. A partir de então foi traçada pela comissão técnica uma estratégia de visou priorizar dois aspectos na montagem da equipe: a intensidade e o estado emocional de cada jogador. Feito isso, o Tricolor entrou no gramado do Mineirão para enfrentar o Atlético-MG com seis mudanças em relação à escalação que havia iniciado contra o Palmeiras.
É verdade que as saídas de Kannemann e Jean Pyerre se deram por suspensão e que Borja voltou a ficar à disposição, mas as novidades no gol, com Gabriel Chapecó ganhando a vaga de Brenno, no ataque, com Ferreira na vaga de Alisson e no meio, com a entrada de Lucas Silva para formar um trio de volantes, fizeram parte desse novo planejamento. Na avaliação do treinador, o Grêmio ganhou a sua cara ao atingir o objetivo de maior agressividade no Mineirão.
— Fomos mais agressivos, marcamos melhor e jogamos mais no campo de campo. O importante foi que o desempenho foi bem superior aquilo que tínhamos visto até então. O Grêmio começa a ter a cara daquilo que eu quero — analisou.
Surgimento de Campaz como boa opção
O colombiano Campaz fez no Mineirão a sua melhor apresentação com a camisa tricolor. É verdade que o jogador não vinha recebendo oportunidades. Com Felipão, ele entrou em campo em apenas quatro dos nove jogos em que esteve à disposição – somente um como titular – e seguiu como reserva com Mancini. O camisa 7 foi chamado no Mineirão ainda no primeiro tempo para o lugar de Villasanti e mostrou um pouco do futebol que levou o clube gaúcho a pagar 4 milhões de dólares para contratá-lo do Tolima.
Logo que entrou, Campaz foi responsável por um chute de longa distância que, por pouco, não surpreendeu o goleiro Everson. No segundo tempo, ele iniciou e terminou a jogada do gol do Grêmio. No total, deu três finalizações na partida, sendo o segundo jogador gremista que mais chutou a gol – atrás apenas de Borja, com seis. Campaz foi também o segundo atleta tricolor que mais driblou. Deu três dribles certos em três tentativas. O primeiro, Ferreira, teve sucesso em quatro dribles de um total de nove tentativas. A atuação de Campaz só não merecedora apenas de elogios em razão da penalidade cometida quando estava na barreira na cobrança de falta de Nacho Fernández. Resta saber agora se a atuação será suficiente para credenciá-lo a ser titular no Gre-Nal já que Jean Pyerre volta a ficar à disposição.
Emocional se mostrou mais forte
É senso comum que o elenco do Grêmio não está entre os quatro piores da Série A. Um dos pontos levantados para explicar a presença do clube na zona de rebaixamento desde a segunda rodada tem sido a dificuldade emocional do elenco para lidar com a difícil situação, algo que aparece, principalmente, quando o time sofre um gol. Pois esse aspecto mostrou evolução no Mineirão.
Depois de ter feito um bom começo de jogo tendo perdido três oportunidades claras com Borja, o Grêmio levou o gol de Zaracho no primeiro ataque do Atlético, aos 11 minutos. O Tricolor, no entanto, mostrou reação rápida e terminou o primeiro tempo até com mais finalizações que os mineiros. O empate veio já na etapa final e o time não mostrou abatimento mesmo após ter sofrido o segundo gol mesmo que tenha criado poucas chances para o empate na reta final da partida.
Dúvidas por questões técnicas na defesa e no meio-campo
A atuação contra o Atlético-MG ter sido considerada boa não significa que o Grêmio tem um time definido para o Gre-Nal 434. As dúvidas, porém, não ocorrem por desfalques por lesão ou suspensão, mas por opções que Vagner Mancini poderá fazer para a partida. O fato de ter iniciado com três volantes no Mineirão e mudado ainda no primeiro tempo com a entrada de Campaz já indica uma alteração de sistema tático para o clássico. Confirmado o 4-2-3-1, Campaz ainda terá a concorrência de Jean Pyerre na função de armador. Mesmo que tenha sido sacado em Belo Horizonte, Mathias Villasanti tem possibilidade de ser titular no Beira-Rio. Assim, Lucas Silva ou Thiago Santos deixaria a equipe.
Na defesa, Kannemann surge como ficha certa ao lado de Geromel após o cumprimento de suspensão. Pela ideia de não fazer mais improvisações de Mancini, Cortez é novamente titular da lateral esquerda deixando uma disputa entre Rafinha e Vanderson na direita. A experiência favorece Rafinha enquanto a vitalidade é um ponto a favor de Vanderson.