A derrota do Grêmio para o Sport na Arena, no jogo que marcou a volta do torcedor às arquibancadas da série A do Brasileirão, aumentou o tom das cobranças da torcida nas redes sociais. O presidente Romildo Bolzan reconhece este fluxo de críticas, mas ressalta que elas não devem ter efeito na gestão dele nem no departamento de futebol do Tricolor. O dirigente concedeu entrevista no Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (5).
— Não adianta a gente se digladiar, machucar, brigar, romper e criar ambiente de absoluto constrangimento para nós. Quem é gremista, neste momento, trabalha no sentimento de se reerguer para passar por isso. O ambiente das mídias e redes sociais são alimentados por uma porcaria que serve para deslegitimar estes nossos processos. Por mais que eu veja isso, não posso transformar isso no nosso ambiente interno. De fora ninguém nos ajuda, só nossa solidariedade interna vai fazer a gente passar por este processo — comentou Bolzan.
Questionado sobre possíveis discordâncias entre atletas, treinador e membros da direção sobre a forma que o time está jogando, o presidente disse não ter sido informado. A reportagem de GZH apurou que houve conversa entre o elenco e o técnico Felipão nesta terça-feira para sugerir mudanças na estratégia dentro das quatro linhas.
— Se a comissão técnica revê algo, ou se os jogadores pedem para observar outro fator, é do jogo. O que me preocuparia é apatia, e isso não há — disse o mandatário.
A permanência de Felipão no cargo até o final do campeonato não foi garantida pelo presidente. Romildo Bolzan novamente fez questão de separar as demandas externas geradas a partir dos protestos de torcedores nas redes em momento de derrota das convicções internas que orientam as escolhas feitas pela sua gestão:
— É impossível dizer se Felipão seguirá até o final do campeonato. Vamos ver o jogo de amanhã. Essa é a pauta da porcaria do resultado. Se fizermos todo o futebol em cima disso… aqui tem outras coisas que prevalecem. É um treinador de estofo, tradição e extremamente vitorioso no clube. Acreditamos na capacidade do Felipão de criar um ambiente vitorioso.
Uma dessas escolhas foi a do vice-presidente Marcos Herrmann junto de Tiago Nunes, após a demissão de Renato Portaluppi, em março. O presidente respaldou as declarações de Herrmann após cada jogo.
— Tenho de respeitar a hierarquia interna do clube. Não posso deslegitimar o vice-presidente de futebol. Ele é quem responde pelo futebol. Se alguém não tem este entendimento, não posso fazer nada — ressaltou.