O presidente Romildo Bolzan Jr. admitiu que o Grêmio examina não se apresentar para enfrentar o Flamengo no jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, no dia 15 de setembro, caso o clube carioca insista com a presença de público no Maracanã. Mais cedo, o vice-presidente jurídico tricolor Nestor Hein havia manifestado a recomendação para a diretoria adotar essa postura.
— O Grêmio examina, por uma questão de equidade, não comparecer à partida se o Flamengo insistir em colocar público. O Grêmio se encontra amparado pelo protocolo que definiu o regulamento da competição. É uma situação necessária fazer por questão de justiça e de estabelecer a igualdade nos dois confrontos. Caso isso não seja observado, o Grêmio poderá organizar uma situação de não comparecer ao jogo — reiterou.
A postura do Grêmio se baseia no protocolo estabelecido pela CBF para a volta do público aos estádios. No caso de competições de mata-mata como a Copa do Brasil, só poderá haver presença de torcedores caso os clubes obtenham liberações para os dois jogos do confronto. Como a partida de ida, na Arena, vencida pelo Flamengo por 4 a 0, foi disputada sem torcida, o Grêmio entende que não pode haver público no Maracanã para a volta.
— É uma regra que todos nós aderimos. Se o Flamengo vender ingressos e tiver com torcida no Maracanã, o Grêmio não deve jogar. Essa foi uma posição passada pelo departamento jurídico para a presidência — disse Nestor Hein.
Na terça-feira (7), o Flamengo obteve liberação da prefeitura do Rio de Janeiro para contar com público no Maracanã para seus próximos três jogos como eventos-teste. Para a partida contra o Grêmio, a liberação seria de 35% da capacidade do estádio, o equivalente a 24.783 pessoas.
O protocolo elaborada pela Comissão Médica Especial e pela Diretoria de Competições (DCO) da CBF para retorno do públicos nos estádios foi divulgado em 16 de agosto. Confira a parte da normativa na qual se baseia o Grêmio:
“Em partidas ida e volta (mata-mata), no caso de um dos clubes envolvidos não ter autorização pelo órgão sanitário local para receber público no estádio, ambas as partidas não terão público. Exemplo: Clube A da UF 1 tem permissão pela autoridade sanitária local para receber público máximo de 20% do estádio, enquanto Clube B da UF 2 não tem permissão pela autoridade sanitária local para receber público (0% do estádio). No caso de confronto entre as equipes em formato eliminatório ida e volta, nem Clube A nem Clube B poderão receber público nos seus respectivos estádios; c. Solicitações diversas de modificação das tabelas das competições”.