Exaltado na vitória sobre o Flamengo, por 1 a 0, no Maracanã, o esquema com três volantes do Grêmio voltou a ser debatido após a derrota para o Athletico-PR, por 4 a 2, na Arena da Baixada. Depois da partida diante dos paranaenses, o técnico Luiz Felipe Scolari negou que a formação mais defensiva tenha sido a culpada pelo resultado negativo.
— Quando colocamos dois volantes com outro meia, conseguimos dois gols, mas tomamos mais dois. Vamos equilibrando, vendo o que dá para fazer. Não vamos pensar de acordo com o que pensam A ou B. Eu vejo a semana toda e acho que tem de escalar aquele time. Agora vamos jogar duas em casa e temos de fazer os pontos necessários — pontuou Felipão.
O Tricolor se prepara agora para dois confrontos na Arena contra adversários que também lutam para fugir do rebaixamento no Brasileirão. O primeiro desafio é o Sport, no domingo (3). Posteriormente, será a vez de receber o Cuiabá, na quarta (6). Diante disso, estaria na hora de abandonar a escalação com três volantes? Abaixo, a opinião dos colunistas de GZH.
Diogo Olivier, colunista de GZH e comentarista da RBS TV e da Rádio Gaúcha
Depende do jogo. Para partidas contra equipes muito superiores tecnicamente, casos de Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras, se justifica jogar com três volantes. O Grêmio não tem condições técnicas para propor o jogo. Agora se vai enfrentar o Sport, que é o pior ataque do campeonato, aí não adianta ter três volantes. Vai ter problema para criar. Não vai ter quem marcar. Tem de ir fazendo ajustes. Ora tem de jogar com três volantes, ora tem de jogar com um articulador ou um atacante a mais. Felipão precisa ter essa medida. O que não pode é ter um modelo só para sempre. Com isso, o Grêmio vai se atrapalhar. Contra adversários que não atacam e não adiantam os três volantes. No caso do Sport, se tu não vais ser agredido, para que jogar com três volantes? Nesta situação, tem de se correr algum risco.
Filipe Gamba, colunista de GZH e apresentador da Rádio Gaúcha
Sim. O Grêmio precisa de alternativas. Não pode se tornar refém de um esquema, principalmente quando enfrentar times frágeis, como será o caso do Sport, no próximo domingo, em casa. A opção por três volantes deveria ser circunstancial, utilizada em casos extremos, e não regra. Aliás, foram a previsibilidade e a ausência de ideias que fizeram do Grêmio um candidato ao rebaixamento.
Leonardo Oliveira, colunista de GZH e comentarista da Rádio Gaúcha
Não. O Grêmio não está pronto para ousar a esse ponto. Em uma situação como a que enfrenta o clube, de estar brigando na parte baixa da tabela e preso no Z-4, é preciso resguardo defensivo. Neste momento, o primeiro passo é tentar evitar a derrota, para depois buscar a vitória. Assim se resgata a confiança. É claro que isso varia de um jogo para o outro. Contra times de menor poder, como o Sport, em casa, é preciso ser mais agressivo e buscar o ataque. Já contra o Cuiabá, bem organizado e mais estabilizado, na metade da tabela, recomendaria o uso dos três volantes.
Maurício Saraiva, colunista de GZH e comentarista da RBS TV e da Rádio Gaúcha
A estratégia reativa de três volantes precisa de um determinado contexto para dar certo. Enfrentar o Flamengo enfeitado no Maracanã, por exemplo. Poderia dar certo também na Arena Baixada, contra o Athletico-PR, mas basta um desequilíbrio defensivo que leve o adversário a fazer o primeiro gol para o pilar que sustenta a ideia ruir. Se dois ou três destes volantes forem clones de Paulo Roberto Falcão, pode jogar com todos juntos em todos os jogos. Caso contrário, é melhor ter uma outra alternativa para quando enfrentar times inferiores ao seu.