Para o torcedor que estava ansioso em ver Douglas Costa de volta ao Grêmio, as atuações do ídolo podem estar abaixo do esperado. Depois de realizar 13 jogos pelo Tricolor, o atleta ainda não anotou nenhum gol. Porém, internamente no clube, há muita calma para avaliar o momento vivido pelo jogador de 30 anos.
Pelo fato de ter ficado um longo tempo parado — por conta de uma lesão no pé, ainda em dezembro, quando defendia o Bayern de Munique —, há o entendimento de que é preciso ter paciência para que o camisa 10 volte a atuar em grande nível. E, até mesmo por isso, ele tem sido escalado em diferentes funções para saber onde pode render mais.
Até agora, sob o comando do técnico Felipão, o jogador disputou sete partidas (uma delas, saindo do banco de reservas), aparecendo em quatro posicionamentos distintos.
Meia-armador
170 minutos em campo (3 jogos)
Toques na bola: 119
Passes: 76 (81,5% de acerto)
Finalizações: 4 (1 no gol)
Perda de posse: 39
No último sábado (21), contra o Bahia, Felipão surpreendeu ao escalar Douglas Costa como um meia-armador, centralizado à frente dos volantes, sendo quem mais deveria se aproximar do centroavante.
— Hoje (sábado) começamos com o Douglas que, mesmo não jogando 100% daquilo que nós queremos, armou algumas coisas que, para nós, foram interessantes. Então, se nós não temos aquele 10 tradicional que pensamos, temos jogadores que fazer algumas coisas diferentes nesta função e ajudam a equipe a se portar da maneira correta — explicou o treinador.
Apesar do caráter surpreendente, esta não foi a primeira vez que o jogador foi escalado naquela função. Em sua estreia, no clássico Gre-Nal que terminou empatado em 0 a 0, ocorreu o mesmo. Além disso, na partida de ida contra a LDU, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, Douglas Costa também ingressou nesta posição, substituindo Jean Pyerre.
Em todas ocasiões, no entanto, nota-se pelo mapa de calor elaborado pelo site SofaScore que o jogador não se prende ao meio e cai muito pelos lados do campo.
Atacante
62 minutos em campo (1 jogo)
Toques na bola: 57
Passes: 40 (82,5% de acerto)
Finalizações: 2 (nenhuma no gol)
Perda de posse: 13
No empate por 1 a 1 com o América-MG, em casa, pela 13ª rodada do Brasileirão, Felipão resolveu escalar um sistema com três zagueiros (Ruan, Paulo Miranda e Rodrigues). Desta forma, Vanderson fazia o corredor pelo lado direito como um ala, desobrigando Douglas Costa de descer para marcar. Assim, ele apenas cercava a saída de bola adversária. Permaneceu assim até os 17 minutos do segundo tempo, quando foi substituído por Jean Pyerre.
Extrema-direito
143 minutos em campo (2 jogos)
Toques na bola: 75
Passes: 47 (72,3% de acerto)
Finalizações: 1 (1 no gol)
Perda de posse: 26
Apesar de ter surgido como um meia-atacante no Estádio Olímpico, Douglas Costa ganhou notoriedade no futebol europeu atuando como um extrema-direito que tem como grande virtude o fato de puxar a bola para dentro e chutar de perna esquerda. Assim, inclusive, chamou a atenção de Pep Guardiola, que indicou sua contratação ao Bayern.
No Grêmio de Felipão, contudo, disputou apenas duas partidas nesta posição. Coincidentemente, o Tricolor venceu os dois jogos, contra Chapecoense e Cuiabá. O camisa 10, porém, não chegou a ter participação direta nos gols.
Extrema-esquerdo
81 minutos (1 jogo)
Toques na bola: 29
Passes: 18 (88,8% de acerto)
Finalizações: Nenhuma
Perda de posse: 6
Diante do São Paulo, no Morumbi, Douglas Costa apareceu aberto pelo lado esquerdo. No segundo tempo, inclusive, quando Felipão baixou Cortez como zagueiro e Alisson como uma espécie de ala, o camisa 10 permaneceu ali, puxando contra-ataques. Em um deles, pifou Vanderson, que quase decretou a virada gremista. Restando nove minutos para o apito final, foi substituído e viu, do banco de reservas, os donos da casa anotarem o gol da vitória por 2 a 1.