O status da contratação de Jaminton Campaz foi expressa pelo Grêmio no dia de sua apresentação oficial: das mãos do vice-presidente de futebol Marcos Herrmann, recebeu a histórica camisa 7 que, imediatamente, remete ao ídolo Renato Portaluppi, autor dos gols do título mundial de 1983.
Mas, para uma pessoa em especial, trouxe a lembrança do período em que ele próprio defendeu o Tricolor. Nascido na Colômbia, tal qual o reforço gremista, o atacante Edixon Perea usou o mesmo número em sua passagem pelo Estádio Olímpico, entre 2008 e 2009.
Direto de Cali, o ex-jogador, que encerrou sua carreira de forma precoce em 2016, aos 31 anos, conversou com GZH, relembrou suas histórias e falou sobre a expectativa criada em torno de seu compatriota.
Você sabia que Campaz vai usar a camisa 7 no Grêmio? É a mesma camisa que você jogou. Isso não tem um peso? Como foi para você?
Não sabia que ele iria usar a camisa 7. Eu lembro que ela foi usada por Renato Gaúcho, Paulo Nunes e outros grandes jogadores. Mas, independentemente do número, em geral, a camisa do Grêmio pesa muito. Quando tive a possibilidade de jogar com ela, sempre tentei fazer o meu melhor dentro de campo, colocar aquela raça que é característica do Grêmio. Então, acho que as coisas foram bem. Agora, outro colombiano vai utilizar a camisa 7. Vai ser uma responsabilidade muito grande, mas o Campaz tem muita qualidade e o Grêmio vai ser um bom time para ele.
O que você pode falar ao torcedor do Grêmio sobre Jaminton Campaz? O que esperar deste jogador aqui em Porto Alegre?
Ele é um jogador de característica diferente a mim. Eu era um atacante de muita força, mobilidade, que chegava muito à área rival para fazer gols. Ele é mais meia. É um jogador que tem muita qualidade e, além de jogar bem, faz gols.
Assim como o Campaz, você também passou aqui pelo Grêmio no início da carreira. Tinha 23 anos, enquanto ele tem 21. Que dicas daria ao seu compatriota?
Eu diria para ele jogar como vinha fazendo no seu time, aqui na Colômbia. Obviamente, sabendo que no Grêmio tem mais responsabilidade do que jogar no Tolima. Não quero dizer com isso que o Tolima não é um bom time, mas a pressão no Grêmio é muito maior. Então, diria para ele jogar o que sabe e se sacrificar um pouco. Afinal, o Grêmio é um time que joga, mas sempre teve a raça como característica.
Antes do Campaz, o Grêmio contratou o atacante Borja. O fato de encontrar um colombiano no vestiário pode ajudar na adaptação? Quem ajudou você quando chegou ao Grêmio em 2008?
Quando estive no Grêmio, tinha muitos jogadores experientes e todos me receberam muito bem. Desde que cheguei, o Grêmio me mostrou que era uma família. Isso me ajudou muito. Quando você chega a um time e encontra pessoas com habilidade futebolística, mas que tem qualidades como pessoa, a adaptação é muito mais rápida. Para o Campaz, vai ser importante ter um colombiano aí. Acho que o Borja vai ajudar muito ele a se adaptar o mais rápido possível.
Qual a melhor recordação que você guarda do período em que jogou no Grêmio?
Lembro muito da torcida. Ela sempre me ajudou naqueles momentos difíceis. Lembro que tínhamos um time muito bom, com qualidade, quase ganhamos o Campeonato Brasileiro, mas tivemos a infelicidade de não conseguir o título, apesar de uma boa campanha. Mas a experiência de jogar no Grêmio, um clube com uma grande história, foi muito boa. Quando o Grêmio veio jogar contra o América de Cali, pela Libertadores, no ano passado, tive a felicidade de encontrá-los aqui. Foi um dia muito bom. Passei muito tempo sem ver o time de perto e me encontrei com muitos amigos, com torcedores que estiveram aqui. É muito bom quando você chega a um lugar e encontra gente agradável. Guardo muitas coisas boas do Grêmio.