Conforme apurado por GZH, o volante Paulinho, ex-Seleção Brasileira, foi procurado pelo Grêmio. O jogador de 32 anos está livre no mercado depois de rescindir, no mês passado, o contrato com o Guanghzou Evergrande, da China, clube pelo qual foi multicampeão no futebol asiático. O próprio atleta admitiu a consulta por parte da equipe gaúcha e deixou claro de que não tem pressa para definir o próximo passo na carreira.
Paulinho atuou nas categorias de base do São Paulo e do Juventus-SP. Após breve passagem por Lituânia e Polônia, retornou ao Brasil para jogar no Pão de Açúcar, hoje conhecido como Grêmio Osasco Audax. Se destacou pelo Bragantino, na Série B de 2009, e foi contratado pelo Corinthians no ano seguinte. O sucesso no time da capital paulista, onde ganhou Brasileirão, Libertadores e Mundial de Clubes, fez com que chegasse à Seleção Brasileira, sendo campeão da Copa das Confederações, em 2013, sob o comando de Felipão.
Em agosto, foi negociado com o Tottenham, da Inglaterra. O período na terra da rainha, no entanto, não foi como o esperado. Em duas temporadas, foram 67 partidas e dez gols marcados. A irregularidade afetou também o desempenho na Copa do Mundo de 2014, quando iniciou a competição como titular do Brasil e acabou perdendo a posição para Fernandinho. Tudo isso fez com que Paulinho buscasse uma nova oportunidade para renascer no futebol. E ela apareceu em junho de 2015.
A chegada ao Guangzhou Evergrande, até então tetracampeão chinês, fez parte de um novo momento do futebol local, que passou a investir em atletas consagrados. Além de Paulinho, o clube contava com os brasileiros Renê Júnior, Alan, Ricardo Goulart e Elkeson. Na casamata estava Felipão, um velho conhecido. Entre 2015 e 2017, a parceria conquistou quase tudo que disputou. No total, foram sete títulos, que alçaram Paulinho a condição de ídolo.
— Paulinho foi um dos grandes acertos da história do futebol chinês. Desde quando a Super Liga da China passou a apostar forte em atletas estrangeiros mais conhecidos, ele foi uma das melhores contratações da história. O Paulinho é respeitado por todos os clubes e ganhou basicamente tudo que disputou — ressalta o repórter Eduardo Procópio, do portal China Brasil Futebol.
Mesmo estando em uma liga considerada menos competitiva, Paulinho despertou o interesse do Barcelona. Na época, o volante era um dos destaques da Seleção Brasileira de Tite, que fazia bela campanha nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Em agosto de 2017, foi anunciado pelo clube catalão. A negociação foi fechada no valor de 40 milhões de euros (cerca de R$ 151 milhões na época). Na Espanha, ganhou o Campeonato Espanhol e a Copa do Rey. Foram 49 jogos e nove gols marcados.
O bom desempenho, contudo, não impediu o retorno ao Guangzhou Evergrande, em julho de 2018. Seduzido por um salário superior ao que ganhava no Barcelona, o volante acertou a volta ao futebol asiático logo após a participação no Mundial de 2018, quando foi titular da Seleção Brasileira, mas sem conseguir repetir o nível de atuação apresentado anteriormente.
Na segunda passagem pela China, não havia mais Felipão. O técnico do Guangzhou Evergrande era Fabio Cannavaro, ex-zagueiro italiano campeão mundial em 2006. No período, Paulinho seguiu sendo a referência da equipe dentro de campo, com destaque para a vocação ofensiva, mesmo partindo do meio-campo. O reencontro rendeu outro título nacional.
— Ele apresentou (na volta) basicamente o que foi na carreira inteira. Um meio-campo "all around". Muitas vezes ele foi um "atacante" de emergência para Cannavarro. Foi decisivo e ganhou vários jogos para o time. Estava sempre no lugar certo, na hora certa para finalizar as jogadas de ataque — lembra Eduardo Procópio.
Inicialmente, o vínculo de Paulinho com o clube chinês iria até o fim de 2022. Entretanto, as restrições por conta da pandemia do coronavírus dificultaram a volta do atleta ao país. Desta forma, uma rescisão amigável foi acertada. O volante não entra em campo desde novembro de 2020.
Os números de Paulinho na China
- 172 jogos
- 74 gols
- Títulos: Liga dos Campeões da Ásia (2015), Super Liga da China (2015, 2016, 2017 e 2019), Copa da China (2016) e Supercopa da China (2016 e 2017)