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Em menos de uma semana, o técnico Luiz Felipe Scolari já implementou várias mudanças na forma de jogar do Grêmio. Para sair da crise, o treinador desmanchou o estilo ofensivo dos antecessores Renato Portaluppi e Roger Machado e adotou um esquema que prioriza acima de tudo o resultado. Neste contexto, o meia Jean Pyerre deve ganhar mais liberdade e protagonismo.
As mudanças ficaram evidentes na vitória por 1 a 0 sobre a LDU, nesta terça (13), quando o Tricolor teve apenas 23,9% de posse de bola, conforme o site oficial da Conmebol. Ainda assim, foi o suficiente para o time abrir o placar com um gol de cabeça, marcado por Léo Pereira. Aliás, a bola aérea será cada vez mais uma aposta importante para vencer as partidas.
A postura defensiva deve ser a tônica do Grêmio a partir de agora no Brasileirão, especialmente nos jogos mais complicados. No Gre-Nal e contra a LDU, por exemplo, o treinador baixou as linhas de defesa e de meio-campo e pediu que os ponteiros ajudem os laterais na marcação. Com esta nova estratégia, a equipe ainda não sofreu gols nos dois jogos sob o comando do novo técnico.
— Nós ainda não trabalhamos, a não ser taticamente. Não há tempo. Então, foram trabalhadas as possibilidades para que a nossa defesa tivesse mais proteção. A nossa defesa estava um pouco exposta — explicou Felipão.
Desde 2015, quando Roger Machado assumiu o comando, o Grêmio atua de uma forma ofensiva, valorizando a posse de bola e ocupando o campo do adversário, com volantes construtores e ponteiros agressivos. Quando assumiu o cargo, em 2016,, Renato Portaluppi manteve este modelo, conquistando os títulos da Copa do Brasil 2016, da Libertadores 2017 e da Recopa Sul-Americana 2018, além de três Gauchões e uma Recopa Gaúcha.
Agora, porém, o momento é de crise. Como há um bom tempo o Grêmio não consegue apresentar um futebol de qualidade jogando de forma defensiva, a ordem é voltar ao básico. Além da postura defensiva, Felipão pretende adotar o "futebol de resultados". A prioridade será vencer, mesmo que para isso seja necessário, ocasionalmente, jogar "feio".
Neste contexto, o meia Jean Pyerre deve ter mais liberdade. Titular pela primeira vez sob o comando do treinador, o meia mostrou mais intensidade contra a LDU e deu assistência para o gol de Léo Pereira. O atleta está cotado para permanecer na equipe titular.
— Temos de trabalhar bastante o psicológico. Esse foi o meu trabalho. O Jean tem potencial. Alguma coisa tem de ser adquirida fora do futebol para que ele seja realmente aquele jogador que nós queremos. É um jogador de qualidade. Ele vai ter oportunidades, assim como outros terão. Vou observar quem pode dar melhor qualificação para o nosso time. Se for o Jean Pyerre, ótimo. Se for um outro jogador, muito bem também. Vamos colocar em campo os melhores — afirmou o treinador.
Mais do que a vantagem do empate no jogo da volta para confirmar a classificação nas quartas de final da Copa Sul-Americana, o Grêmio celebrou a vitória em Quito pelo aspecto moral. A expectativa é de que o fim do jejum de nove jogos sem vitória possa embalar a equipe para conquistar vitórias no Brasileirão, já a partir do jogo contra o Fluminense, no sábado.
— Isso (a vitória) vai nos ajudar também no psicológico para o jogo de sábado. Temos que fazer a diferença. Que a gente consiga sair daquela dificuldade em que estamos. O maior problema do Grêmio neste momento são os três pontos no Brasileirão. Nosso maior problema não é a Copa do Brasil ou a Sul-Americana, mas sim o Brasileirão — concluiu Felipão.