Dos 20 clubes da Série A do Brasileirão, 19 estiveram na sede da CBF na tarde desta terça-feira (15) e entregaram uma carta à entidade, exigindo a criação de uma liga nacional e mudanças nas eleições presidenciais da confederação. O Sport, que teve o presidente Milton Bivar renunciando nas últimas horas, não assinou o documento por este motivo.
Após a reunião no Rio de Janeiro, o presidente do Grêmio Romildo Bolzan se manifestou por meio da assessoria de imprensa do Tricolor, ressaltando a necessidade de os times assumirem a organização da disputa do Brasileirão, o que, segundo ele, traria benefícios a Série A e Série B do torneio:
— Em função de todo esse vazio político (afastamento de Rogério Caboclo), os clubes resolveram tomar essa decisão de fazer o seu próprio campeonato, gerir suas próprias propriedades, gerir suas próprias receitas, melhorá-las e criar um ambiente para tudo isso. Acredito que vá ocorrer, principalmente, reconhecimento dessa liga por parte da CBF e que este é um momento oportuno para discutirmos tudo isso. É um desafio enorme, mas que estava na hora e amadurecido para que os clubes tomassem a decisão.
Romildo ainda esclareceu que os demais aspectos relacionados à liga ainda não foram discutidos entre os presidentes das equipes. A discussão da elaboração do documento entregue à CBF foi feita entre a noite de segunda e a manhã desta terça.
— Os critérios de acesso, descenso, participação, critérios de ranking, pontuação, financiamento, tudo isso vai ser construído a partir de agora. Nessa crise onde todos perderam receitas, o objetivo é transformar o produto em uma coisa bastante acreditada, com uma relação direta dos clubes através de uma liga e que isso possa ser uma organização melhor, com crédito melhor e principalmente em uma situação que nos permita buscar melhores rendas, melhores vendas, melhores propriedades, melhores receitas para todos aqueles que participam do campeonato, inclusive as receitas dos clubes participantes da Série B — completou.
Os mandatários dos clubes também pediram uma reformulação estatutária, pedindo modificação no peso dos votos das equipes. Hoje, os clubes brasileiros são chamados a participar da Assembleia Geral Eleitoral, mas têm poder de voto inferior: os presidentes das federações estaduais têm peso 3, os clubes da Série A têm peso 2 e os da Série B têm peso 1.