O lateral-direito Rafinha avaliou na tarde desta quarta-feira (23) o mau momento do Grêmio, que ocupa a última posição do Brasileirão e nos últimos três jogos, contando a Copa do Brasil, não marca gols.
Experiente e vencedor, o jogador de 35 anos listou diversos aspectos, dentre eles o surto de covid-19 que afetou grupo de jogadores, comissão técnica e funcionários do clube.
— Eu não queria falar sobre isso, até porque as pessoas podem interpretar como desculpa e com quase 20 anos de carreira, não gosto disso. Mas é difícil você perder cinco jogadores por três semanas e quando eles voltam, perde o treinador e a comissão técnica toda por mais duas semanas, fica difícil. É claro que nós não voltamos com a mesma força, a gente sente. Temos pessoas do clube que também pegaram covid, assessor de imprensa, fisioterapeuta e outros e isso tudo atrapalha o trabalho. Não quero usar isso como desculpa, mas todo time tem um momento de instabilidade, isso é normal e infelizmente conosco isso foi agora, devido a essas coisas que eu não queria falar, mas aconteceu e isso prejudica muito, é uma questão de saúde, que está matando tanta gente (covid-19) mundo afora. Tivemos casos aqui e graças a Deus não teve consequências mais graves, mas atrapalha. Essa instabilidade está passando, as coisas estão voltando aos trilhos, todos estão voltando com saúde, que é o mais importante e nós temos tudo para fazer um campeonato maravilhoso e o time está voltando com força total, como esteve. Todo clube passa isso e infelizmente nós tivemos — comentou.
Rafinha também falou sobre como está sendo o retorno após a covid-19 e relatou algumas dificuldades.
"Você não volta 100%. Eu fiquei duas semanas de cama e não quero usar isso como desculpa. Quem teve, sabe como é"
RAFINHA
Lateral do Grêmio fala sobre a covid-19
— Eu fiquei oito meses na Grécia e no meu período de Flamengo também não peguei. Infelizmente peguei isso (covid-19) agora, é algo que não se deseja pra ninguém, se possível era para todos estarem vacinados e livres disso. Para o atleta, que está com o físico em dia, com imunidade alta, isso abala. Teve companheiros nossos que ficaram internados no hospital. Eu estou me recuperando agora, sei da minha qualidade e do que posso retornar. A gente vai voltando aos poucos, força, resistência. Três semanas parado no alto nível é muito tempo — relatou o ex-jogador do Bayern de Munique, Flamengo e Seleção Brasileira.
Confira outros trechos da entrevista de Rafinha
Jogo contra o Santos
Um jogo muito importante. Nós sabemos o valor que tem essa partida. Vamos jogar em casa, sabemos que precisamos pontuar, que viemos de resultados que não queríamos, mas o trabalho está sendo bem feito e o torcedor pode confiar que nós vamos fazer contra o Santos um jogo muito melhor que os outros.
Semana de treinos, após o adiamento da partida contra o Cuiabá
Por um lado foi ruim (o adiamento), mas por outro bom porque tivemos uma semana inteira pra trabalhar e ajustar algumas coisas. Ninguém fica feliz quando não ganha, ainda mais quando as coisas estão sendo bem feitas e parece que estão fora dos trilhos. Foi uma semana maravilhosa de trabalho, todos estão confiantes, sabemos da nossa qualidade, dos nossos objetivos e temos a oportunidade a partir do jogo contra o Santos de reverter esse quadro, conquistando os primeiros pontos no Campeonato Brasileiro.
A disputa por posição entre jovens e experientes
Nós temos um comandante que se chama Tiago Nunes e ele está aqui todos os dias e sabe quem deve escalar, independentemente se é experiente ou novo, ele sabe quem deve jogar. Fico feliz em saber que temos tantos bons jogadores, independentemente de quem jogar. Eu não vejo isso como debate. Todos têm de estar preparados e quem jogar tem de dar o melhor ao Grêmio. Nós temos um treinador de muita qualidade, que sabe quem tem de jogar.
A troca de goleiro, com a saída de Paulo Victor e a oportunidade para Gabriel Chapecó
O Grêmio está muito bem servido de goleiros. Os preparadores são de extrema qualidade e eu não gosto de falar de individualidade, porque o futebol é um esporte coletivo. Não é a minha posição, mas eu tenho certeza que são jogadores muito qualificados para jogar no gol do Grêmio, independente de quem entrar. O trabalho está feito e nós (jogadores) não temos que julgar, quem tem que escolher quem deve jogar é o treinador.