Os desafios de Romildo Bolzan na presidência do Grêmio mudaram nesses seis anos de gestão. Em 2015, o jejum de títulos e a desunião política foram as primeiras barreiras vencidas pelo mandatário, porém não imediatamente. Seis anos depois, na primeira entrevista sem ter o parceiro de conquistas Renato Portaluppi como funcionário, o dirigente repetiu alguns pontos das respostas que dava lá atrás, no começo do mandato.
As semelhanças começam pelo foco da temporada. Tanto em 2015 como em 2021, o Grêmio não disputará a Libertadores. Gauchão, Copa do Brasil e Brasileirão serão as prioridades do clube, que busca, além de títulos, refazer seu elenco de maneira economicamente sustentável. A Copa Sul-Americana não é sequer mencionada pelo mandatário.
— Isso altera completamente nossa situação, no ponto de vista dos investimentos, calendário e preparação. O Grêmio tem mais tempo para se organizar, no que diz respeito ao Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil — explicou Romildo, em entrevista coletiva após a vitória sobre o Novo Hamburgo, no domingo (18), referindo-se à saída da Libertadores.
Bolzan ainda afirmou que a equipe campeã da Copa do Brasil em 2016 e da Libertadores de 2017 começou a ser formada ainda em 2015. De lá para cá, o Grêmio chegou a outras duas semifinais continentais e quase alcançou o hexa do torneio nacional em 2020. O processo de renovação do plantel já começou, analisa o dirigente.
— Passamos por uma política de transição, formação e fortalecimento do novo elenco, visando o Brasileirão e a Copa do Brasil — detalhou.
O presidente enalteceu a presença de jogadores formados na categoria de base do clube no time principal. Foram oito em campo na vitória pela 10ª rodada do Gauchão. O goleiro Brenno, os zagueiros Rodrigues e Ruan são exemplos de garotos com espaço no time titular. O lateral Vanderson, o ponta Léo Chú e o atacante Ricardinho surgem como opções. Além dos guris, Rafinha e Thiago Santos são os reforços até agora anunciados, dois trintões que trarão experiência ao time.
Seis anos atrás
Em janeiro de 2015, durante o primeiro mês como presidente do Grêmio, Romildo Bolzan também priorizava a saúde financeira do clube. Além disso, naquela temporada, o Tricolor ainda enfrentava o jejum de 14 anos sem títulos de expressão e estava fora da Libertadores.
— É hora de colocar os pés no chão — disse Bolzan, em relação às finanças, antes da estreia no Gauchão daquele ano: — É o título do semestre. A Copa do Brasil começa agora, mas só termina na outra metade do ano. Então, temos que entrar para vencer o Gauchão, sim.
Quanto vale cada campanha em 2021?
O Grêmio está no Grupo H da Sul-Americana, com Lanús-ARG, Aragua-VEN e La Equidad-COL, contra quem estreia na quinta (22). Cerca de R$ 5 milhões entrarão nos cofres gremistas até o fim da fase de grupos, pagos pela Conmebol por cada partida. São R$ 12 milhões a menos do que os prêmios pela mesma fase da Libertadores.
- Caso o Tricolor se classifique, pode somar até R$ 50 milhões chegando ao título inédito da Sul-Americana com 12 jogos (sendo sete eliminatórios). É a sexta vez que o clube disputa a segunda maior competição de clubes do continente.
- Por outro lado, o Brasileirão de 2020 pagou R$ 33 milhões ao campeão Flamengo, maior pontuador após 38 rodadas. O valor deve ser aumentado pela CBF para a edição 2021.
- Já a Copa do Brasil somará R$ 73,6 milhões em pagamentos da CBF ao campeão que disputar e levar a melhor nas 10 partidas eliminatórias em duelos ida e volta (a partir da fase 3, na qual o Grêmio entra no torneio).