Uma reunião nesta segunda-feira (19) pode definir onde o Grêmio jogará conta o La Equidad pela última rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. Os locais deste jogo e das partidas dos demais colombianos contra brasileiros viraram questão diplomática. Uma reunião entre os ministros da Saúde e dos Esportes da Colômbia, o presidente da Federação do país, Ramón Jesurún, e o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, decidirá se haverá tratamento de exceção para os clubes locais que vierem ao Brasil e os nossos que viajarão até lá para jogar por Libertadores e Copa Sul-Americana.
Desde março o Ministério da Saúde da Colômbia, assustado com a cepa brasileira do vírus, havia criado objeções a visitantes oriundos ou com passagem por aqui. Na época, a discussão se estabeleceu pelo jogo Colômbia x Brasil, pelas Eliminatórias, marcado para Barranquilla. A decisão foi de vetar a visita da Seleção. Ou seja, se a rodada não tivesse sido adiada, estaria ali estabelecido um grande nó para a Conmebol. Passados 45 dias, o tema voltou à mesa pela iminência das fases de grupos das duas competições de clubes do continente.
Além de Grêmio x La Equidad, pela Sul-Americana, a semana prevê também na quinta-feira RB Bragantino x Tolima. No dia 27 de abril, pela Libertadores, o América de Cali visitará o Atlético-MG. O Fluminense terá pela frente, no Grupo D, o Santa Fe, no dia 28, em Bogotá, e o Júnior, em 6 de maio, em Barranquilla.
Na última quinta-feira, a coluna trouxe aqui uma análise do quão difícil seria jogar a Libertadores e a Copa Sul-Americana em um região do mundo que lidera o funesto ranking de mortes por covid. Segundo o Our World in Data, site especializado em pesquisas e dados mundiais, a América do Sul ultrapassou a Europa na média de novos óbitos na virada do mês e mantém essa desagradável dianteira. Isso tendo a menor população entre as regiões apontadas no ranking (Europa, Ásia, África e América do Norte). Na média por milhão de habitantes, na comparação com a Europa, os números assustam: 9,81 óbitos aqui, 5,09 lá.
O Brasil é responsável por 70% das mortes de covid na América do Sul, e o surgimento de novas cepas nos tornou visitantes indesejados. A Argentina abriu uma exceção para delegações de futebol. O mesmo será feito pelo Uruguai, parceiro da Conmebol na aquisição de 50 mil vacinas da chinesa Biotech Sinovac. Mas Equador e Colômbia, por exemplo, já disseram não. O que deve fazer de Assunção a segunda casa de muita gente na Libertadores e na Sul-Americana.
Pelos próximos 40 dias, teremos 64 jogos por semana pelas duas competições. Ou seja, é nó demais a ser desatado.