O Grêmio encerrou a temporada de 2020 anunciando que precisará de reforços para 2021. No entanto, não se pode reclamar que o clube tenha deixado o mercado de lado nos últimos meses. Ao longo da caminhada, 13 jogadores foram contratados para rechear o elenco tricolor. O problema é que quatro deixaram o clube antes do final das competições, e somente dois chegaram à final da Copa do Brasil, no último domingo (7), como titulares.
GZH apresenta os números destes atletas, um breve histórico de cada um e a avalição de quatro colunistas: Diogo Olivier, Leonardo Oliveira, Maurício Saraiva e Pedro Ernesto Denardin. Confira:
Contratado por empréstimo no início do ano, o lateral-esquerdo era visto como um jogador capaz de desbancar Bruno Cortez da titularidade. Porém, disputou apenas cinco jogos com a camisa gremista, quando o Atlético de Madrid, dono dos direitos, exigiu seu retorno no final de junho. Mais adiante, ele acabaria vendido ao Monaco, da França. Entre as três partidas realizadas como titular, a última foi o Gre-Nal pela fase de grupos da Libertadores, na Arena, quando acabou expulso por se envolver na briga generalizada.
— Se tivesse ficado, poderia ter rendido mais que o Diogo Barbosa, mas não dá para fazer nenhuma análise. Ele praticamente não jogou — opina Diogo Olivier.
Buscado no Cerro Porteño no final de outubro, o centroavante custou cerca US$ 1,8 milhão (R$ 10 milhões) aos cofres tricolores e segue vinculado até o final de 2022, podendo estender sua permanência por mais um ano. Apesar de nunca ter sequer ameaçado a titularidade de Diego Souza, disputou 25 jogos e marcou quatro gols.
— Não veio para ser titular. Foi útil, mas não teve papel especialmente relevante na temporada gremista — analisa Maurício Saraiva.
Mais de uma década depois de ter passado pelo Grêmio como meia, Diego Souza voltou a vestir tricolor em uma nova função: centroavante.
Indicado pelo técnico Renato Portaluppi, estava livre no mercado, depois de deixar o Botafogo. Porém, espantou qualquer desconfiança ao despontar como o goleador da equipe na temporada, anotando 28 gols em 54 jogos. O desempenho fez com que a diretoria renovasse seu contrato por mais um ano.
— Foi a melhor contratação do Grêmio no ano. Não apenas porque veio com contrato de produtividade e entregou tudo, mas porque acabou o ano como o goleador do Brasil — pontua Leonardo Oliveira.
Foi buscado junto ao Palmeiras, em setembro, para preencher a lacuna deixada por Caio Henrique. Para assinar um contrato até 2023 com o lateral-esquerdo, o Tricolor desembolsou R$ 10 milhões. Vestiu a camisa gremista em 32 oportunidades e terminou as competições como titular.
— É uma boa contratação. Tem alguns problemas na marcação, mas sabe apoiar e tirou do time a limitação permanente do Cortez — comenta Pedro Ernesto Denardin.
Depois de vender Everton Cebolinha para o Benfica, a diretoria buscou o homônimo do São Paulo, na metade de agosto. Sua contratação envolveu a troca do também atacante Luciano.
Logo em sua segunda partida, marcou um gol na vitória sobre o Caxias, pela final do Gauchão. Porém, não conseguiu se firmar como titular em nenhum momento. Voltaria a marcar outro gol somente em janeiro de 2021, no empate com o Atlético-MG. Esteve presente em 26 partidas e segue vinculado ao clube até 2022.
— Foi um completo fracasso. Começou bem no Campeonato Gaúcho, marcando aquele golaço meio sem querer, e depois sumiu completamente — sentencia Diogo Olivier.
Livre no mercado, assinou contrato com o Grêmio até 2024. Mesmo sem ter assumido a posição de titular de uma vez por todas, foi o jogador de linha que mais vezes entrou em campo: 58 jogos.
Dono de um chute potente, só conseguiu balançar as redes de pênalti, na goleada de 4 a 0 sobre o Vasco, pelo Brasileirão, e na estreia do Gauchão 2021, contra o Brasil-Pel.
— Já foi volante de nível de Seleção Brasileira, mas, no Grêmio, nunca chegou a ter performance que lembrasse aquele seu melhor momento — ressalta Maurício Saraiva.
Mais um atacante contratado em agosto, na esteira da saída de Everton Cebolinha. Para que o Botafogo lhe cedesse por empréstimo, foi preciso pagar R$ 1 milhão.
No Tricolor, disputou 31 jogos e marcou um único gol, contra o Coritiba. Em fevereiro deste ano, sofreu uma grave entorse no tornozelo esquerdo, que o tirou dos gramados. Até por conta desta situação, o clube se viu obrigado a prorrogar sua estadia na Arena.
— Muita energia, muita disposição, mas pouco efeito prático. É jogador para ser alternativa no grupo, no máximo. Só que sua presença pode representar o risco de limitar o espaço de um Guilherme Azevedo, por exemplo. Entregou o que era possível entregar — acrescenta Leonardo Oliveira.
Emprestado pelo Cruzeiro, o lateral-direito colombiano vestiu a camisa gremista em 31 oportunidades. Marcou gol contra o Bragantino, pelo Brasileirão. A intenção da diretoria era permanecer com ele, mas o clube mineiro dificultou sua renovação, e ele retornou a Minas Gerais na virada do ano. Recentemente, foi comprado pelo São Paulo.
— Tem dificuldades na marcação e não acerta cruzamentos. Não gostei de suas atuações. E custaria R$ 20 milhões. Uma fortuna — dispara Pedro Ernesto.
Depois de enfrentar o Grêmio na Libertadores, pela Universidad Católica, o meia chileno foi comprado em novembro por US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 9 milhões).
Encerrou a temporada em alta com o treinador, mas não pôde jogar a final da Copa do Brasil por não ter sido inscrito. Ao todo, disputou 17 jogos e marcou um gol. Tem contrato até dezembro de 2022.
— A gente vai ver agora, com uma sequência mínima, se ele pode contribuir, seja como meia central ou meia pela direita — pondera Diogo Olivier.
O meia de 32 anos chegou a Porto Alegre em agosto, depois de rescindir seu contrato com o Cruzeiro. Herdou a camisa 10 de Thiago Neves e atuou em apenas 16 partidas. Despediu-se do clube antes mesmo do término das competições e recentemente foi anunciado como reforço do Coritiba para a Série B.
— Das mais fracas respostas em termos de performance, o que não surpreendeu, porque já vinha de temporada ruim anterior — atesta Maurício Saraiva.
Contratado a pedido do técnico Renato Portaluppi, assinou um contrato de produtividade, que causaria polêmica posteriormente — por causa do vazamento da informação de que seu vínculo seria automaticamente renovado por mais uma temporada caso fosse relacionado para 20 partidas.
Deixou o clube em setembro, após participar de apenas 14 jogos e marcar somente um gol: contra o São Luiz, pelo Gauchão.
— Veio com contrato de produtividade, mas o problema é que ele quase virou algo definitivo e pesado para o clube. Thiago Neves é daqueles jogadores que se contrata mais pelo que fez do que ainda pode fazer. Um erro comum nos clubes brasileiros — avalia Leonardo Oliveira.
Oriundo do Santos, o experiente goleiro foi o atleta mais vezes escalado por Renato (58 jogos). Ainda assim, perdeu a titularidade para Paulo Victor nas finais da Copa do Brasil. Segue vinculado ao clube até dezembro.
— Sou viúva do Marcelo Grohe, mas não vejo muitos problemas em Vanderlei. O que mais ele tem dificuldade é com os pés. No gol, teve grandes momentos no Grêmio — completa Pedro Ernesto.
A sua contratação, primeiro reforço anunciado para 2020, deu-se por meio de uma troca com o também lateral-direito Madson, enviado para o Santos. Disputou 42 jogos pelo Tricolor, perdendo a titularidade no último jogo da temporada, contra o Palmeiras, para o garoto Vanderson. Tem contrato até dezembro.
— Começou bem a temporada e caiu de rendimento depois, mas acho que não é culpa só dele. É culpa do rendimento coletivo do time, em que ninguém está jogando bem, e ele entrou nessa barca. Eu não diria que foi um fracasso a contratação dele. Acho que, com um preparo físico melhor, pode render ainda — conclui Diogo Olivier.