Alicerces das principais conquistas recentes do Grêmio, Pedro Geromel e Kannemann passaram por uma temporada de 2020/2021 com dificuldades para entrar em campo, seja por lesões, suspensões ou até mesmo sendo poupados pelo técnico Renato Portaluppi. Os números dos dois no ano são similares. Dos 70 jogos feitos pelo Tricolor, Geromel participou de 32 e o argentino, de 31.
Como companheiros na zaga, foram ainda menos — apenas 17, sendo que Geromel deixou o gramado de dois deles ainda no primeiro tempo (jogo de ida da semifinal contra o São Paulo e o Gre-Nal do segundo turno do Brasileirão). Com ambos em campo, o retrospecto é positivo: sete vitórias, sete empates, três derrotas e 14 gols sofridos. Como forma de comparação, nos últimos cinco jogos, o time gaúcho já sofreu 12 gols, mostrando a falta que ambos fazem (Kannemann atuou em dois deles). Para Atílio Ancheta, ex-zagueiro do Grêmio nas décadas de 1970 e 1980, o desfalque dos zagueiros colabora para que o time fique desestruturado.
— Eles já tinham uma hierarquia ali atrás. Sabiam comandar o time, cada um sabia onde o outro ia estar em uma bola aérea ou em um contra-ataque do adversário. Eles se completam. Quando você tira um deles, já tem desencontros, imagina quando tira os dois? Isso provoca a falta de entrosamento também com os dois jogadores que entram na equipe. De repente, quem está entrando tem dificuldades para comandar o zagueiro, alertar os laterais e o pessoal do meio-campo — ressalta Ancheta.
Para as finais da Copa do Brasil, contra o Palmeiras, nos dias 28 de fevereiro e 7 de março, a expectativa é que o argentino esteja de volta à equipe — ele não atua desde 3 de fevereiro, no empate em 3 a 3 contra o Santos, na Arena. Já Geromel, não deve ter condições de jogo, pois se recupera de uma lesão nos ligamentos do tornozelo esquerdo, que o tirou dos gramados desde a derrota no Gre-Nal, no dia 24 de janeiro, quando o Tricolor foi derrotado por 2 a 1.
Ex-zagueiro e campeão da Copa do Brasil com o Grêmio em 2001, Mauro Galvão analisa que a presença de pelo menos um dos dois seria fundamental para o time gaúcho nesta reta final de temporada.
— Quando não se tem nenhum dos dois, fica ainda mais complicado. Até quem vinha jogando no lugar de um ou outro se perde. É bem complicado substituir os dois na equipe. Se só o Kannemann jogar, isso já gera um pouco mais de segurança para a equipe. Confesso que ainda fico em dúvida de quem seria o melhor substituto para eles — afirmou Galvão.
Renato Portaluppi tem quatro possibilidades, caso Kannemann e Geromel não possam atuar no restante do ano: David Braz, Paulo Miranda, Rodrigues e, correndo por fora, Ruan. Desses, o primeiro é o zagueiro que mais atuou, apesar de ter perdido espaço nas últimas partidas. O confronto contra o Athletico-PR, pela 37ª rodada, no domingo (21), pode dar indícios de quem será o escolhido do treinador para as finais da Copa do Brasil.
Geromel e Kannemann juntos na temporada
- 17 jogos
- 7 vitórias
- 7 empates
- 3 derrotas
- 14 gols sofridos
- 54,9% de aproveitamento