Quando participei de diretorias no Grêmio, sempre fiz questão de valorizar uma situação que permanece ao longo da nossa existência. Refiro-me ao sentimento de amizade recíproca, de extrema lealdade e total fidelidade que havia entre nós que trabalhávamos para o clube. E junto a tudo isto, a nossa convivência exigia que houvesse o máximo de respeito entre as pessoas, fossem profissionais ou dirigentes. Todas estas qualidades fortaleceram relações que não têm prazo para findar.
Relatei tudo isso porque, na terça-feira (9), encontrei o grande craque Dinho. Foi um reencontro emocionante, na medida em que fazia tempo que não nos víamos. Dinho foi um dos maiores símbolos de um Grêmio amplamente vitorioso e multicampeão. Mas não se destacou tão somente como um jogador de excepcional qualidade. Além disso, trazia consigo um caráter inabalável, uma vontade inexplicável de vencer, representando sempre com muito brilho e orgulho a camisa gremista. Vendia muito caro uma eventual derrota. Suava sangue, literalmente. Ademais era um exemplo de profissional para seus companheiros, especialmente os mais jovens.
Cito dois golaços, um no Paraguai, de fora da área, e outro numa extraordinária cobrança de falta, num Gre-Nal, no Beira-Rio, quando vencemos com outro gol feito por Paulo Nunes, de bicicleta. Fiquei extremamente feliz ao rever o craque Dinho, ao cidadão que encampou as cores gremistas e veio residir em Porto Alegre. Quem não se recorda da personalidade dentro de campo, do excelente futebol e das inúmeras conquistas. Felicidades, craque Dinho.