O Grêmio fez um jogo estratégico e controlou o São Paulo na noite desta quarta-feira (30), no Morumbi, para garantir a classificação para disputar a sua nona final de Copa do Brasil. O placar de 0 a 0 refletiu o sucesso no plano tático de Renato Portaluppi, que soube controlar ao longo dos 90 minutos o ataque do líder do Brasileirão.
Classificado, o Tricolor gaúcho vai enfrentar o Palmeiras na busca pelo hexa, em final que será disputada nos dias 3 e 10 de fevereiro. A ordem dos mandos de campo será conhecida em sorteio que a CBF irá realizar em 14 de janeiro.
A preocupação em conter o meio-campo do São Paulo foi usada por Renato como justificativa para a escalação de Thaciano na Arena. Com Alisson de volta ao time no Morumbi, o treinador promoveu a entrada de Lucas Silva no lugar de Darlan. Assim, o Grêmio teve o esquema 4-2-3-1 mantido, mas um volante com uma tarefa maior de marcação do que chegada ao ataque. No São Paulo, sem Luciano, lesionado, Fernando Diniz apostou na escalação de Tchê Tchê tendo um homem a mais de movimentação e Brenner como referência no ataque.
Em vantagem pela vitória obtida com o gol de Diego Souza em Porto Alegre, o Grêmio adotou uma postura de esperar o São Paulo no Morumbi. Com uma marcação baixa e linhas próximas, Renato conseguiu impedir o time de Fernando Diniz de criar jogadas a partir do toque de bola.
A equipe gaúcha teve uma estratégia defensiva bem montada e também poder ofensivo no começo do jogo. Aos nove minutos, Victor Ferraz perdeu uma grande chance para abrir o placar. Após cobrança de escanteio, ele recebeu a bola escorada de Diego Souza e, livre na entrada da pequena área, finalizou na trave.
Na sequência foi a vez de o centroavante ameaçar. O Tricolor gaúcho adiantou a marcação e forçou o erro de Daniel Alves na área paulista. A bola subiu, o artilheiro gremista deu uma bela bicicleta, mas ela caprichosamente foi para fora. Seria um golaço no Morumbi.
O encaixe na marcação do Grêmio para impedir a progressão do São Paulo pelo chão funcionou ao longo de todo o primeiro tempo. Assim, o time paulista ameaçou apenas em cruzamentos. Em dois escanteios, os zagueiros Arboleda e Bruno Alves levaram vantagem pelo alto, mas cabecearam longe. A única chance clara de gol dos paulistas aconteceu já na reta final da primeira etapa em um raro erro de Kannemann, que cortou mal um cruzamento de Juanfran. Tchê Tchê tocou para Gabriel Sara, que chutou procurando o ângulo, mas a bola subiu demais.
O São Paulo terminou a etapa inicial dando sinais de nervosismo diante da dificuldade para criar jogadas. Na volta do segundo tempo, o Grêmio tentou usar isso a seu favor e teve uma postura mais aguda, principalmente, pela esquerda, onde Pepê passou a ser mais acionado. No outro lado, Alisson começou a sentir o desgaste do longo tempo parado e deu lugar a Thaciano antes do cronômetro chegar aos 15 minutos.
Para tentar tornar seu time mais criativo, Fernando Diniz foi ousado nas mudanças. Aos 20, o treinador são-paulino mandou a campo o atacante Toró e o meia Vitor Bueno nas vagas do volante Luan e do lateral Léo enquanto Renato precisou mexer na lateral direita porque Victor Ferraz sentiu lesão. Sua opção foi a entrada de Ferreira com Thaciano passando para a lateral.
A estratégia de Renato seguiu tendo sucesso contra a de Diniz. Ter jogadores mais ofensivos em campo não tornou o São Paulo criativo. A equipe da casa seguiu tendo os cruzamentos com maior arma para atacar, mas era pouco já que a defesa gremista comportava bem para conter esse tipo de jogada.
Faltando pouco mais de 10 minutos para o fim do tempo regulamentar, os dois treinadores fizeram três trocas, cada, ao mesmo tempo. Diniz mandou Tréllez, Hernanes e Paulinho a campo enquanto Renato sacou seus homens mais ofensivos, Jean Pyerre, Pepê e Diego Souza, para as entradas de Paulo Miranda, Everton e Darlan. Mudanças que não alteraram o panorama do jogo. O duelo tático foi vencido por Renato, e o Grêmio deu mais um passo em busca do hexa da Copa do Brasil.