Após aumentar a proposta de 20 milhões de euros para 22 milhões de euros, o Benfica ficou perto de contratar o atacante do Grêmio, Everton. Um dos detalhes que ainda falta ser acertado é a forma de pagamento. Uma das estratégias da direção gremista para aumentar o valor é a cobrança de juros sobre a parte do valor que será parcelada pelos portugueses.
O assunto ainda está sendo discutido com o empresário Giuliano Bertolucci, representante do clube de Lisboa na negociação. A proposta final, apresentada na segunda (3) em reunião na Arena, prevê que os 22 milhões de euros sejam parcelados ao longo de cinco anos, tempo de duração do novo contrato do atleta. Como contrapartida, a direção gremista cobraria o pagamento de juros elevados em cima de todo valor que não for pago à vista.
Contudo, o grande fator que aumenta a receita gremista é a desvalorização do real. No final da janela de transferências de agosto de 2019, o Milan apresentou uma proposta de 30 milhões de euros pelo atacante, que foi imediatamente rejeitada pelo clube gaúcho. Na ocasião, o euro valia R$ 4,55. Logo, se a oferta tivesse sido aceita, os italianos pagariam cerca de R$ 136,5 milhões.
Um ano depois, o euro subiu para R$ 6,26. Com isso, se a direção do Grêmio vender Everton por 22 milhões de euros, o Benfica pagará o equivalente a R$ 137,7 milhões, valor superior ao que o Milan havia oferecido em 2019. Há um ano, a mesma cifra em euros renderia R$ 100 milhões.
No início da negociação por Everton, os portugueses haviam oferecido 18 milhões de euros e pretendiam pagar no máximo 20 milhões de euros. A alegação era de que, aos 24 anos, Everton não poderia valer mais do que isso, já que dificilmente será vendido por uma quantia superior. A proposta seria uma espécie de "cavalo encilhado" para o clube gaúcho.
Segundo o jornal português O Jogo, a direção do Grêmio argumentou que, como o Benfica contratou o meia Pedrinho por 20 milhões de euros, em janeiro, um atleta de Seleção como Everton deveria valer mais. Os portugueses, por sua vez, disseram que o ex-jogador do Corinthians é dois anos mais novo e, por isso, tem mais potencial de venda futura.
Ainda assim, a proposta foi aumentada para 22 milhões de euros, o que já subiu a quantia em R$ 12,5 milhões. Agora, o Grêmio tenta um acordo com os investidores que detêm parte dos direitos econômicos do jogador para aumentar o lucro do clube. Hoje, o Grêmio ficaria com 50%. Ainda assim, o negócio está avançado e depende de detalhes para ser fechado.