Mistério, expectativa e ansiedade. Estes são os ingredientes naturais que constroem os clássicos Gre-Nais. Muitas vezes, os treinadores costumam lançar mão de uma cartada inesperada para surpreender o rival.
Considerando o tempo de espera para o jogo desta quarta-feira (22), que marcará a retomada do futebol no Rio Grande do Sul, não seria de se espantar caso Renato Portaluppi apresentasse uma aposta de última hora no Estádio Centenário. Pensando nisso, GaúchaZH relembra agora cinco episódios em que a escalação gremista trouxe uma novidade a campo.
Alessandro
Em 2006, o Inter era amplamente favorito à taça do Estadual. De fato, ao final daquele ano, acabaria conquistando o inédito título mundial. Porém, no Gauchão, quem levou a melhor foi o Grêmio — graças às armadilhas criadas pelo técnico Mano Menezes. No jogo de ida, no Olímpico, ele surpreendeu ao escalar o lateral-direito Alessandro no meio-campo, segurando um empate por 0 a 0. Por fim, na grande decisão, no Beira-Rio, repetiu a fórmula, mas com o lateral-esquerdo Wellington. Desta vez, o empate por 1 a 1, com gol de Pedro Júnior, garantiu a taça no museu tricolor.
Lúcio
No Gre-Nal do primeiro turno do Brasileirão de 2006, Mano repetiu a receita que o levou a conquistar o Gauchão meses antes. Desta vez, o escolhido foi o lateral-esquerdo Lúcio, com Bruno Teles assumindo o posto na defesa. Desta forma, mesmo jogando na casa colorada, o Grêmio venceu por 2 a 0. O gol que abriu a vitória, inclusive, foi marcado por sua aposta: Lúcio no meio-campo.
Mário Fernandes
No dia 19 de julho de 2009, Grêmio e Inter entraram no gramado do Estádio Olímpico para duelar pelo Campeonato Brasileiro. A data não foi escolhida por acaso. Tratava-se do centenário do clássico Gre-Nal. O Tricolor não vencia o seu tradicional rival havia dois anos e, na hora da divulgação das escalações, Paulo Autuori apresentou uma surpresa: o jovem Mário Fernandes, de apenas 19 anos, iniciaria a partida como titular. A aposta parecia não ter vingado quando Nilmar abriu o placar para o Inter. Porém, no decorrer da partida, o lateral-direito mostrou competência e ajudou a anular o ataque colorado. Na frente, Souza e Maxi López decretaram a virada por 2 a 1.
Neuton
No início de 2010, Mário Fernandes já era titular incontestável da equipe gremista, mas era escalado como zagueiro. O problema agora estava na lateral esquerda. Fábio Santos, dono da posição, havia cortado o pé em um acidente doméstico e estava impedido de entrar em campo pelo jogo de ida da final do Gauchão, fora de casa. O técnico Silas não teve dúvidas e incumbiu o jovem Neuton a assumir a vaga. O garoto de 20 anos deu conta do recado. O ataque colorado, que se sagraria campeão da Libertadores no segundo semestre, não conseguiu vazar a defesa tricolor e uma surpreendente vitória por 2 a 0, com gols de Borges e Rodrigo, foi conquistada em pleno Beira-Rio.
Gilberto Silva
Quando desembarcou no Estádio Olímpico, em 2011, Gilberto Silva chegou para jogar como volante — função que o levou a marcar época na Seleção Brasileira e Arsenal, da Inglaterra. Porém, em 2012, ele foi transformado em zagueiro em um Gre-Nal. Anunciado para substituir o técnico Caio Júnior, demitido após oito rodadas, Vanderlei Luxemburgo deu as coordenadas ao interino Roger Machado: recuar Gilberto Silva para a zaga e formar um meio-campo com três volantes. Assim, com Souza, Fernando e Léo Gago, o Tricolor venceu por 2 a 1 em pleno Estádio Beira-Rio, eliminando o favorito Inter das quartas de final do primeiro turno do Gauchão.