Em mais uma etapa do projeto Saudade do Esporte, o Grupo RBS agora vai retransmitir grandes conquistas da dupla Gre-Nal, com os dois jogos das finais, nas quartas e domingos. Nesta semana, o foco são os passos do Grêmio rumo ao título da Libertadores de 1995. Em 2020, o triunfo gremista completa 25 anos, e muitas histórias são lembradas; outras, inventadas. Afinal, quais são os mitos e as verdades sobre o tema?
Os duelos decisivos entre Grêmio e Atlético Nacional, da Colômbia, que valeram a taça da Libertadores foram recheados de fatos interessantes. O primeiro jogo, no Olímpico, terminou com vitória por 3 a 1 para o Tricolor. Na volta, em Medellín, o empate em 1 a 1 garantiu o título. Confira abaixo algumas histórias daquele mês de agosto de 1995:
Danrlei "peitou" Felipão no vestiário?
Não é verdade. Ao final do primeiro jogo da final, no Olímpico, o técnico Luiz Felipe Scolari realmente esbravejou com seus jogadores pelo gol tomado do Atlético Nacional. A vitória do Grêmio era de 3 a 0, o que praticamente definia o título. A vantagem ficou menor com o gol dos visitantes. Depois do discurso no vestiário, Danrlei pediu a palavra e garantiu que não levaria dois gols em Medellín, o que de fato aconteceu posteriormente.
Paulo Nunes ainda era do Flamengo?
Verdade. O atacante Paulo Nunes estava emprestado pelo Flamengo ao Grêmio até dezembro de 1995. Um dos protagonistas da conquista tricolor, ele foi cedido pelo clube carioca depois de uma grave contusão. Magno, apelidado à época de "Romagno", era quem interessava ao técnico Luiz Felipe Scolari. Felipão considerava Paulo Nunes magrelo demais para a Libertadores. O passe para manter o atacante, à época, custava 700 mil dólares aos cofres gremistas.
Fábio Koff queria o River Plate na decisão?
Verdade. O presidente Fábio Koff queria o River Plate como adversário na final da Libertadores. Assim que o Grêmio eliminou o Emelec, no Olímpico, houve disputa de pênaltis entre River e Atlético Nacional, em Buenos Aires. O narrador da Rádio Gaúcha, Pedro Ernesto Denardin, relatava as penalidades, enquanto Koff e os demais torcedores em Porto Alegre acompanhavam a decisão. O mandatário tricolor foi claro ao dizer que queria enfrentar os argentinos na final.
Atlético Nacional tratou o Grêmio com desdém?
É mito. Nas entrevistas dos jogadores e técnico do Atlético Nacional antes dos confrontos contra o Grêmio, o clima era de absoluto respeito. O atacante Aristizábal afirmou que "não há segredo para enfrentar um time tão forte". O técnico Juan José Pelaez, por sua vez, deu declarações de que preferia enfrentar o River Plate na final, já que o "Grêmio está no país onde se joga o melhor futebol do mundo".
Higuita já havia sido preso?
Cabelos compridos, bigode e uniformes espalhafatosos: estas eram características do goleiro René Higuita, centro das atenções por onde o seu Atlético Nacional passava. Pois é verdade que ele havia sido preso. Em meados de 1993, o jogador foi detido sob acusação de ter recebido 62,5 mil dólares na intermediação para libertação da jovem Claudia Molina, sequestrada em abril daquele ano. O resgate exigido era de 300 mil dólares. Claudia era filha de Luis Carlos Molina Yepes, suposto sócio do traficante Pablo Escobar. Higuita ficou cerca de um ano preso.