Se existia alguém com tradição na América do Sul na década de 1980, chamava-se Club Atlético Peñarol. Com um tetracampeonato da Libertadores (1960, 1961, 1966 e 1982) e um tricampeonato do mundo na bagagem, o time uruguaio chegava à final da competição sul-americana de novo em 1983. Desta vez para enfrentar o Grêmio, em sua segunda participação e na primeira final. Sete meses antes, o Peñarol havia vencido, em Tóquio, o Aston Villa pelo placar de 2 a 0 e havia se sagrado tricampeão mundial.
A campanha da equipe uruguaia naquele campeonato foi encurtada em virtude de ser o campeão do ano anterior. Assim, entrou direto na fase semifinal, em um grupo com Nacional, seu principal rival, e com o o Atlético San Cristóbal, da Venezuela. Peñarol e Nacional chegaram à última rodada empatados em pontos, com um confronto direto no Estádio Centenário. O time amarelo e preto venceu por 2 a 1 e garantiu vaga na final contra o Grêmio.
— Mesmo depois de ganhar a Libertadores de 1982 e o Mundial do mesmo ano, o Peñarol perdeu o Jair (ex-jogador do Inter e melhor jogador da final contra o Aston Villa) para 1983. Na minha visão, eles não tinham mais o favoritismo do ano anterior. A campanha foi curta, mas mostraram a força deles ao eliminarem o Nacional no triangular semifinal — afirmou Wilson Méndez, jornalista da Rádio 1010 AM, do Uruguai.
Apesar de perder Jair e Morales, o lateral-esquerdo, o Peñarol conseguiu manter praticamente a mesma escalação inicial, com nove dos 11 jogadores titulares que enfrentaram o time inglês no Japão. O que mostrava que o time mantinha-se forte, como em 1982.
Os uruguaios tinham certeza de que seriam pentacampeões da Libertadores. A imprensa de Montevidéu dizia conhecer apenas Hugo De León, capitão do Grêmio e zagueiro da seleção do Uruguai.
A campanha do time uruguaio
Triangular semifinal
Atlético San Cristóbal-VEN 0x0 Peñarol
Peñarol 2x0 Nacional-URU
Peñarol 1x0 Atlético San Cristóbal-VEN
Nacional-URU 1x2 Peñarol
Final
Peñarol 1x1 Grêmio
Grêmio 2x1 Peñarol