“O Boca Juniors é um Caxias com grife”, assim o gigante clube argentino foi definido pelo então vice de futebol do Grêmio Paulo Pelaipe antes do jogo de volta da final da Libertadores de 2007. Autor da frase, o ex-dirigente gremista explicou a GaúchaZH 13 anos depois o que o motivou a fazer essa comparação até hoje recordada.
A frase famosa de Pelaipe foi dita após o primeiro jogo da final, disputado na Bombonera, que terminou em 3 a 0 para o Boca. O placar foi o mesmo que o Grêmio havia sofrido para o Caxias dois meses antes, pela semifinal do Gauchão. Na ocasião, o Tricolor conseguiu a virada de 4 a 0 no Olímpico e avançou para conquistar o bi do Estadual na decisão contra o Juventude.
— O time do Boca era muito melhor que o nosso, mas a arbitragem do Jorge Larrionda (juiz uruguaio) na Bombonera foi bastante questionável. Antes de falar com os repórteres, conversei com meu amigo, o Carioca (Alfredo Oliveira, conselheiro gremista falecido em 2010), e ele disse: “Vamos fazer igual com o Caxias, vamos virar”. Eu então cheguei nos repórteres e falei: “O Boca é o Caxias com grife” — recorda Pelaipe.
Mesmo após os 3 a 0 da Bombonera, o estádio Olímpico lotou na noite de 20 de junho de 2007 para o jogo de volta da final da Libertadores. O desfecho foi bem diferente daquele contra o Caxias. O Grêmio até pressionou no primeiro tempo, mas dois gols de Riquelme na etapa final garantiram nova vitória do Boca e a ida da taça para a Argentina.
— Aquilo incendiou a torcida.A torcida comprou e nos apoiou, mas realmente naquele tempo o Boca era muito melhor do que nós — relembra Pelaipe, que, no entanto, não se arrepende da frase.
— Se eu digo que acabou o campeonato, não vão 20 mil torcedores no Olímpico, e foram 57 mil. O dirigente tem de acreditar e mostrar isso — finaliza.