Em sua primeira passagem pelo Grêmio, entre 2010 e 2011, Douglas já havia conquistado a torcida tricolor, recebendo até mesmo o apelido de "maestro pifador". Em seu retorno a Porto Alegre, em 2015, alcançou feito ainda maior, entrando para a história do clube ao ser o camisa 10 do time campeão da Copa do Brasil de 2016. Porém, em 2018, o ciclo se encerrou e o atleta desde então busca novo lar.
Após defender o Avaí na última temporada, o meia de 38 anos abriu 2020 sendo anunciado pelo Brasiliense como reforço para disputas do Candangão, Série D e Copa Verde.
"O Douglas era uma pretensão antiga do clube, e como ele estava sem contrato, foi a oportunidade perfeita para finalmente realizar esse sonho", informou o clube do Distrito Federal, em nota divulgada por meio de sua assessoria de imprensa.
O problema é que, mesmo contratado, o jogador não pôde estrear. Enquanto a direção aguardava a publicação do Boletim Informativo Diário (BID) da CBF, o campeonato estadual foi paralisado por conta da pandemia de covid-19.
— O Brasiliense disputou três jogos pelo Candangão e deu férias aos jogadores. Por isso, não tivemos a oportunidade de acompanhar o Douglas nos treinamentos. Ele ficou trabalhando em separado, para recondicionamento físico, enquanto os demais atletas foram liberados em função do coronavírus — explica Sergio Porto, repórter da Rádio DF10, de Brasília.
Segundo o clube, Douglas foi orientado a continuar realizando trabalhos físicos em sua casa. Procurado pela reportagem de GaúchaZH, o atleta pediu para se manifestar somente depois da retomada da normalidade do futebol para tomar pé de sua situação.
A preocupação do meia faz sentido já que, assim como em muitos outros clubes do país, o Brasiliense vem realizando cortes em sua folha salarial. Um dos profissionais dispensados foi o veterano atacante Edno, ex-Corinthians e Portuguesa, que estava no clube desde o ano passado. Por outro lado, permanecem no elenco atletas de currículo, como Zé Love, Radamés, Marcos Aurélio e Neto Baiano.
A contratação de jogadores de renome não é uma novidade na história do clube da capital federal. Desde que foi vice-campeão da Copa do Brasil de 2002, sendo derrotado pelo Corinthians na final, o clube investiu em atletas como Marcelinho Carioca e Júnior Baiano.
—Desde 2005, estamos convivendo com essas contratações. O dono do clube é o ex-senador Luís Estevam, um empresário forte aqui em Brasília e que tem bala na agulha para trazer jogadores famosos, mas que na realidade não estão trazendo resultado. Radamés, por exemplo, é reserva. A gente costuma dizer que são ex-jogadores em atividade. Mas, como o presidente do clube tem dinheiro para gastar, só nos resta bater palma. A gente espera que o Douglas possa mudar essa escrita e ajudar o futebol de Brasília — completa Sérgio Porto.