No final de fevereiro de 2019, o Grêmio batia o martelo e aceitava a proposta de 10 milhões de euros do Shakhtar Donetsk por Tetê. Um ano depois de desembarcar na Ucrânia, o jovem atacante atendeu GaúchaZH para fazer um balanço sobre sua primeira temporada como atleta profissional. Elegeu seu momento mais marcante dentro de campo, opinou sobre o episódio de racismo que envolveu Taison e se disse grato ao Tricolor:
— Agradeço muito ao Grêmio por onde estou hoje — disse ele.
Como foi esse primeiro ano de Ucrânia? Já está completamente adaptado ao futebol europeu?
Acredito que já estou adaptado, sim. O pessoal me recebeu muito bem aqui. O Marcos Antônio, o Cipriano e outros jogadores que já estavam por aqui. Então, creio que isso foi um fator muito importante para a minha adaptação.
Qual foi o acontecimento mais marcante neste ano? Algum jogo, gol ou fato importante que possa simbolizar esse período?
Ah, foi o jogo contra o (Manchester) City, né? Era uma situação bem delicada. Se a gente perdesse, estaria praticamente fora da Liga dos Campeões. E por eu ter ido bem, ter sido escolhido o melhor jogador da partida, esse dia vai ficar marcado na minha história
Qual a maior dificuldade que você sentiu no Leste Europeu? Adaptação ao frio, à língua ou algo relacionado ao estilo de jogo?
Com o frio já estou acostumado porque sou do Sul (risos). E eu gosto do frio. O estilo de jogo também não foi dificuldade para mim. A língua, sim, senti um pouco de dificuldade. Mas acredito que a cada dia que passa vou evoluindo. Falo com os companheiros ucranianos, tento entender um pouco, mas acredito que essa evolução vai ser gradativa.
Taison é seu companheiro de time e foi vítima de racismo no ano passado durante uma partida. Você passou por alguma situação parecida por aí na Ucrânia?
É um assunto delicado. Eu nem gosto de entrar nele porque vejo por outro lado. Se cada vez que acontecer algo assim você der moral, mais pessoas terão nesse meio. Então, não dou bola para essas coisas. Penso diferente. Nunca aconteceu nada comigo aqui na Ucrânia, nem em jogo ou na rua. Até pelo contrário, é um povo bem educado que tenho um grande carinho.
Você se imagina jogando mais um ano no Shakhtar Donetsk ou acha que pode trocar de clube em 2020?
Eu só penso em jogar no Shakhtar neste momento. Essa situação de trocar de time, deixo mais para o meu empresário (Pablo Bueno). É o que ele fala para mim, para eu me preocupar só em jogar, que do resto ele cuida. Então, eu estou focado no Shakhtar e quero sempre dar meu melhor por aqui.
Segue acompanhando as notícias do Grêmio? Vai ter Gre-Nal pela Libertadores. Você aposta em quem?
Sempre que dá, sim. Quando bate o horário, a gente está sempre acompanhando os jogos do Grêmio aqui. É uma rivalidade muito grande e agora, pela Libertadores, vai ser algo incrível. Vou torcer pelo Grêmio porque é um clube que me deu todo o apoio, todo o suporte, apostou em mim, e eu agradeço muito ao Grêmio por onde estou hoje. Então, aposto no Grêmio, sem dúvida nenhuma.