Para finalizar os trâmites da antecipação da gestão do estádio, o Grêmio pretende comprar a Arena Porto-Alegrense, a Sociedade de Propósito Específico montada na época da construção da praça de esportes e que conta com um conselho de gestão dividido entre o clube (dois membros) e a empreiteira OAS (três representantes). O plano é adquirir a empresa e manter uma administração profissional, com um CEO subordinado à direção mas sem vínculo com o futebol. E sem a presença de dirigentes políticos.
Essa compra seria o passo definitivo para concretizar a negociação e antecipar a gestão. Com a administração da Arena Porto-Alegrense, haveria uma desburocratização para administrar o estádio e também para realizar as obras do entorno.
Isso beneficiaria a todos os interessados e não traria, segundo o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr., novos prejuízos ao clube, que seguiria pagando os atuais R$ 1,75 milhão mensais à empresa. Apenas trocaria a finalidade: em vez de o dinheiro ser para colocar os sócios nas arquibancadas, será lotado para fazer as obras do entorno.
Com o sim da OAS, dos bancos — Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Banrisul —, da prefeitura e do Ministério Público, estará concretizado um negócio que, segundo o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr., poderá dar ao clube um acréscimo de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões na receita se os planos do clube funcionarem. Planos, no caso, seriam a criação de um grande plano de sócios e de venda de espaços do estádio, como cadeiras e camarotes, além da utilização dos espaços da Arena para lojas e eventos.
Na teoria, são duas negociações separadas, ainda que ligadas por uma questão jurídica. A primeira envolve Grêmio, OAS e os bancos, e é a que há maior urgência para ser concluída. Por urgência, entenda-se 31 de dezembro. O prazo é esse, segundo Romildo Bolzan, por uma questão tributária. Bancos e empresas precisam fechar os balanços anuais e a troca do ano fiscal interromperia o acerto. Mas ainda que haja pressa, essa também é a parte em que há maior otimismo, uma vez que o Grêmio garante ter a anuência dos demais envolvidos.
A segunda negociação, que teria um prazo maior para ser concluída, está mais emperrada. Trata-se de um processo judicial com autoria do Ministério Público cobrando da Arena Porto-Alegrense (OAS, portanto) a execução das obras do entorno do estádio — elas são a contrapartida da prefeitura da prefeitura exigidas da empreiteira na época em que anunciou a construção da Arena: duplicação da avenida A.J. Renner, melhoria de rede de água e esgoto para atender futuros empreendimentos da região, reforma das paradas de ônibus locais e a confecção de uma ciclovia.
Está agendada uma reunião em 9 de dezembro com o Ministério Público para apresentar formalmente o projeto.