Romildo Bolzan foi reeleito presidente do Grêmio na noite desta terça-feira (29). Sem oposição, a chapa foi aclamada no auditório da Arena, em reunião do Conselho Deliberativo.
Os colunistas de GaúchaZH analisaram o impacto da reeleição de Romildo. Confira:
Pedro Ernesto Denardin
Aclamação sugere um desempenho anterior de muita qualidade. Romildo Bolzan devolveu ao Grêmio títulos importantes, e ainda esteve sempre presente em fases decisivas. Seu pior desempenho se deu neste ano. Foi eliminado na Copa do Brasil e na Libertadores de forma comprometedora. Na gestão financeira, foi implacável na busca de equilíbrio das contas do clube. Jamais percorreu o caminho da irresponsabilidade administrativa. Tem mais três anos para melhorar ainda mais o clube e o futebol. O que ele não deverá conseguir fazer será adquirir a gestão da Arena. Mas não considero isto muito importante.
José Alberto Andrade
A permanência de Romildo na presidência gremista por mais três anos é um compromisso pessoal, de quem já deu muito ao clube e que abre mão de oportunidades na vida pública partidária para tentar fazer mais pela agremiação. Mostra ambição de alguém que recuperou a instituição e reconquistou grandes títulos, mas que talvez não julgue isto suficiente. Romildo, em mais um mandato, certamente vai perseguir ainda mais seu objetivo de comprar a gestão da Arena, quase um ponto de honra do atual presidente, e será o responsável por uma virada de ciclo no time tricolor. A permanência de Renato é provável, mas não certa. Aí está o primeiro desafio para o terceiro mandato presidencial. Mesmo que o técnico continue, caberá ao comandante do Grêmio oferecer condições de reformular o elenco. O Grêmio de Romildo e Renato adquiriu uma identidade. É hora de mantê-la, mudando peças. Como se fosse um documento em que se troca o papel, mas não se altera o número.
Leonardo Oliveira
O impacto da reeleição de Romildo é o segredo de todo o clube de futebol, da continuidade, de manter uma filosofia de trabalho que resgatou o Grêmio do atoleiro e o colocou outra vez na rota dos títulos, e o melhor, de forma sustentável. Mas Romildo assume seu terceiro mandato com dois desafios iniciais: deflagrar um processo de renovação mais profunda no grupo do Grêmio e preparar um nome para, daqui a três anos, assumir o comando do clube e dar seguimento ao modelo de gestão atual. A proeminência de Romildo, há cinco anos à frente do clube, faz com que novas lideranças tenham pouco espaço para despontar. Um cenário que precisará ser modificado.
Maurício Saraiva
A continuidade de uma gestão criteriosa que casou resultados operacionais com os de campo. É o melhor combo possível. Há coisas por fazer, como a definição sobre gerir ou não a Arena e a necessária reformulação do elenco, além de determinar a permanência ou não de Renato como técnico.