Nesta quarta-feira (14), Grêmio e Athletico-PR começam a decidir uma vaga na decisão da Copa do Brasil. De um lado, Renato Portaluppi, ídolo tricolor que, como técnico, devolveu o clube ao caminho dos títulos. Do outro, Tiago Nunes, que desponta entre a nova geração de treinadores depois de ter conquistado a Copa Sul-Americana no ano passado.
Eles já se enfrentaram em quatro oportunidades ao longo de suas carreiras. No ano passado, pelo Brasileirão, o Tricolor foi derrotado de virada por 2 a 1, em Curitiba, escalando reservas. Nos outros confrontos, Renato levou a melhor. Tiago era técnico do Veranópolis no Gauchão de 2017 e, na fase classificatória, até conseguiu arrancar um empate por 1 a 1 na Arena. Nas quartas de final, porém, o Grêmio de Renato passou por cima: 2 a 0 no Antônio David Farina e 5 a 0 em Porto Alegre.
Mas o que poucos lembram (ou sabem) é que ambos já comandaram os clubes que terão como rivais nesta semifinal.
Renato Portaluppi no Athletico-PR
Se Renato está entre os treinadores mais vitoriosos da história gremista, sua passagem por Curitiba não foi tão exitosa assim. Muito pelo contrário. Logo depois de sair do Grêmio, em 2011, aceitou convite para treinar o Athletico-PR, então lanterna do Brasileirão. Acabou deixando o clube menos de dois meses depois, com quatro vitórias, cinco empates e cinco derrotas. O time estava na penúltima posição do campeonato nacional e eliminado da Copa Sul-Americana pelo Flamengo.
— O ano de 2011 foi marcado pelo rebaixamento do clube. De todos os técnicos que dirigiram o time, o Renato foi quem teve o melhor aproveitamento: 47%, contra 42% do Antônio Lopes, 5% do Adílson Batista e 0% do Leandro Niehues. O ponto mais lembrado da passagem dele foi uma improvisação. Durante a passagem dele pelo Athletico, pediu diversas vezes a contratação de um atacante e não foi atendido pela diretoria. Talvez até por uma forma de protesto, ele lançou como centroavante o volante Fransérgio — recorda Daniel Piva, repórter da Rádio Transamérica do Paraná.
Tiago Nunes no Grêmio
Ao contrário de Renato, Tiago nunca foi jogador de futebol. Formado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), iniciou a carreira como preparador físico para só depois assumir o comando técnico de uma equipe. No início, rodou por Rio Branco-AC, Luverdense e pelo interior gaúcho (Riograndense-SM, Bagé, União Frederiquense, entre outros), até assumir o time sub-15 do Grêmio em 2013. Foram oito meses no cargo, vivendo seu ápice ao conquistar o título gaúcho ao bater o Inter na decisão. Faziam parte de sua equipe o goleiro Phelipe Megiolaro, o volante Darlan e o meia Jean Pyerre, hoje entre os profissionais tricolores.
— Em 2013, tivemos a preocupação de reestruturar os comandos técnicos da base. Não à toa, conseguimos uma evolução. Tínhamos o Tiago Nunes no sub-15, o André Jardine no sub-17 e o James Freitas no sub-18. E ele foi o único campeão naquele ano. O grande diferencial foi que ele conseguiu aplicar nessa categoria conceitos e premissas de um jogo mais preparado. Foi extremamente importante para o novo modelo de formação que perdura até hoje — explica Júnior Chávare, atualmente diretor executivo das categorias de base do Atlético-MG e responsável pela contratação de Tiago pelo Grêmio há seis anos.