Nada do que o Grêmio queria funcionou na Arena, diante do Palmeiras, na partida de ida das quartas de final da Libertadores na terça-feira (20). Vencer sem levar gols, abrir vantagem e decidir em São Paulo na terça-feira que vem, dia 27, era o objetivo. A derrota por 1 a 0, porém, deixa o time na obrigação de vencer marcando mais de um gol no Pacaembu para passar no tempo normal. Se fizer 1 a 0, decide nos pênaltis.
Apesar da derrota, o técnico Renato Portaluppi manteve o otimismo. Segundo ele, o time fez uma boa partida e perdeu por causa de um chute de felicidade de Gustavo Scarpa. Para o treinador, sua equipe precisa repetir na semana que vem o desempenho recente para conseguir dar a volta fora de casa:
— O Grêmio não tem que mudar a forma de jogar. É elogiado no Brasil todo por isso. Não precisamos mexer. Sob meu comando, o Grêmio não vai mudar a forma de jogar.
Matheus Henrique concordou com o técnico. Perguntado sobre o que lhe fazia acreditar que o Grêmio poderia virar em São Paulo, disse:
— Fomos a Salvador e fizemos um grande jogo contra mais de 50 mil pessoas e passamos do Bahia (na Copa do Brasil). Podemos fazer de novo. Fizemos uma grande partida e perdemos porque o cara (Scarpa) acertou um chute de 35 metros.
O Grêmio não tem que mudar a forma de jogar"
RENATO PORTALUPPI
Técnico do Grêmio
Outro ponto que dominou as entrevistas foi a arbitragem. Sua atuação foi elogiada pelo analista do Grupo RBS, Diori Vasconcelos, mas acabou sendo a única queixa de Renato. Ele lamentou a insistência do Palmeiras em matar o tempo.
— É o mal do futebol brasileiro. Quer fazer cera? Faz. Mas dá acréscimo. E as equipes que fazem isso precisam se cuidar porque logo podem ser vítimas desse veneno — reclamou o treinador.
Ainda sobre arbitragem, Luiz Felipe Scolari criticou a expulsão de Felipe Melo. Em sua visão, o volante pagou mais pela fama do que pela violência e discordou da necessidade de mostrar os dois cartões.
— Kannemann passa o jogo inteiro agarrando os jogadores e não acontece nada — disse.
Escalado para conceder entrevista logo depois, o zagueiro respondeu:
— Não concordo com o Felipão nisso.
Jogo, estilo, vantagem e arbitragem à parte, outro ponto que prendeu a atenção foi Luan. Ídolo da torcida, o camisa 7 ficou todo o tempo no banco e não foi nem segunda opção de Renato, mesmo atrás do placar. Nos bastidores, circulou de que havia acerto com a Atalanta, único clube até agora disposto a pagar pelo meia. Não ter entrado pareceu ser um sinal de que estava vendido, mas o vice de futebol Duda Kroeff tratou de desmentir:
— Foi uma opção do Renato. Sendo bem sincero, para mim não chegou nada mesmo. O presidente não passou nada.