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Uma viagem a Caxias do Sul, para acompanhar o time do coração, por pouco não resultou em tragédia para uma família de gremistas de Canoas. Acompanhado da esposa e dos dois filhos, Arno Raupp Filho se viu cercado por torcedores do mesmo time que ele, acabou agredido e passou boa parte do segundo tempo da partida contra o Fortaleza no Jecrim (Juizado Especial Criminal) do Estádio Centenário, neste sábado (8).
— Depois daquele primeiro episódio que o cara tocou o foguete neles (torcida do Fortaleza), veio um outro cara brigar na tela. Ele voltou correndo para o meio da massa e disse que ia buscar uma bomba caseira. Um pessoal da torcida começou a dizer: "Tu estás louco". Aí já veio um monte de gente por trás — relatou ele à reportagem do GaúchaZH.
O homem de 53 anos foi vítima de socos e pontapés junto com o filho, que tentou lhe defender e acabou se ferindo também. Ele não soube dizer se os torcedores eram membros de torcida organizada.
— Fiquei com um corte por dentro da boca. Podia levar uns pontos no lábio de baixo. Devia ter ido, mas não fui ao hospital porque não quis — disse Raupp Filho.
Após a partida, a CBF divulgou em seu site oficial a súmula assinada pelo árbitro Sávio Pereira Sampaio, citando o nome do torcedor responsável por atirar o foguete contra a torcida do Fortaleza. A identificação deve amenizar a denúncia que poderá ser feita ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por conta do incidente.
Não é a primeira vez que um jogo do Grêmio em Caxias do Sul acaba em confusão. Em março, durante o duelo contra o Juventude, um conselheiro do clube porto-alegrense foi baleado no rosto, do lado de fora do Estádio Alfredo Jaconi, e teve de ser internado em um hospital.
— Eu vou sempre. Sou tricolor, sócio desde 1980 e poucos, mas está meio ruim por causa dessa turma que a gente não sabe de onde vem. Mas estou tranquilo, estou bem — comentou Raupp Filho.