Para clubes do porte de Grêmio e Inter, uma fase inicial de Gauchão com 12 times disputando oito vagas se transforma, praticamente, em uma extensão da pré-temporada. Em 2019, a Dupla ficou nas duas primeiras posições, garantiu vantagem de decidir em casa os mata-matas e, de quebra, aproveitou para rodar o grupo de jogadores. Ao todo, 63 atletas foram usados por Odair Hellmann e Renato Portaluppi (mais Victor Hugo Signorelli) no Estadual. Assim, essa etapa da competição serviu para dar moral para os profissionais, mas também como laboratório.
Líder, com aproveitamento próximo a 90%, o Grêmio mandou a campo 33 jogadores. Um deles nem está mais: Kaio, emprestado ao Sport. Entre os demais, há aqueles que o Gauchão serviu para manter a imagem já criada ao longo dos anos. Geromel e Kannemann, por exemplo, nem subiram nem desceram com o campeonato, bem como Bruno Cortez, Michel, Maicon, Luan e Everton. Mas para Marinho, o Estadual foi uma chance de recomeçar. Depois do polêmico vídeo gravado nas férias, com um torcedor do Flamengo, o atacante fez por merecer, marcou quatro gols e cavou lugar no time titular.
— De quase descartado a titular na Libertadores, a trajetória de Marinho surpreendeu. As boas atuações no Gauchão fizeram a torcida mudar rapidamente o conceito a respeito de um jogador que chegou para ser o "abridor de retrancas" pedido por Renato, mas que não acrescentou nada em 2018. Agora, Marinho está perto de ser aquilo que o treinador esperava — opina Cléber Grabauska, comentarista da Rádio Gaúcha e colunista de GaúchaZH.
Outros jogadores, porém, não conseguiram aproveitar a chance. Marcelo Oliveira, que se fixou como zagueiro, ainda deixou margem para discussão.
— Ele é valorizado por Renato pela experiência e pela liderança junto ao grupo, mas não tem passado segurança na nova função. Marcelo tem muitos méritos como lateral no título da Copa do Brasil em 2016, mas está muito abaixo dos outros zagueiros do elenco — avalia o narrador Marcio Meneghini, do SporTV.
A análise do clube também vai neste sentido. Para o goleiro Paulo Victor, os jogadores aproveitaram as oportunidades:
— Não pode deixar de enaltecer o que fizemos. Nossa equipe é equilibrada, vem demonstrando isso. Sabemos da nossa qualidade, o professor nos cobra para fazer o que sabemos.
Quem subiu
Brenno — Entrou quase sem aquecer no Gre-Nal e não correu riscos. Contra o Pelotas, precisou trabalhar e mostrou frieza.
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Leonardo Gomes — O jogador que mais entrou em campo tomou para si definitivamente a posição e saiu consagrado com um gol no Gre-Nal.
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Paulo Miranda — Foi o substituto à altura, com atuações seguras e firmes. Não sentiu o peso dos jogos e só não é titular porque, bem, o titular é Geromel.
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Juninho Capixaba — Um começo fulminante, com dois gols em dois jogos. Depois, perdeu lugar para Cortez, mas virou sombra ao titular.
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Matheus Henrique — Renato Portaluppi fez para ele o maior elogio que um volante do Grêmio pode receber: disse que seu estilo lembra o de Arthur. Candidato a titular.
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Jean Pyerre — A maior prova de seu aproveitamento no Gauchão se deu na Libertadores. Enquanto Luan ouvia murmúrios da Arena, Jean teve o nome gritado pela torcida.
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Thaciano — Sua versatilidade rendeu lugar na lista. Pode ser volante, meia e até lateral. Contra o Pelotas, agarrou a chance e fez um golaço.
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Pepê — Reserva de Everton, teve uma primeira fase empolgante no Gauchão, marcando golaços contra Caxias e São José.
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André — Arquivado, terceiro reserva quando Jael ainda estava em Porto Alegre, virou titular do time principal graças a boas atuações no Gauchão.
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Marinho — Envolveu-se em uma polêmica nas férias e foi bastante criticado. Mas recuperou-se com boas atuações no Gauchão e cavou lugar no único lugar vago na equipe.
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Quem desceu
Felipe Vizeu — As primeiras amostragens empolgaram, com gols e presença de área. Depois, caiu de produção, perdeu lugar e agora é reserva. Vai precisar se recuperar no mata-mata.
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Léo Moura — Ficou mais notabilizado por ser um "vice de futebol informal", ajudando a convencer Diego Tardelli a jogar no Grêmio, do que como lateral, posição na qual só atuou por 45 minutos.
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Marcelo Oliveira — Sua importância para o grupo é clara, mas só a liderança não dá a segurança necessária para ser o substituto na zaga.
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