Não tenho nenhuma dúvida de que uma convocação para a Seleção Brasileira valoriza demais o profissional que é chamado. Em todos os sentidos, especialmente para efeitos de mercado da bola, quando o jogador quer atuar fora do país, nos grandes centros da Europa. Por igual, ao valorizar o atleta, beneficia também o clube que o tem por contrato.
Assim, em tese, todas as partes são beneficiadas, digamos, financeiramente. Mas futebol não é só isso – embora às vezes pareça. Um atleta somente atinge este patamar em decorrência de sua atuação em nível técnico no seu clube de origem. São fatos correlatos, o financeiro e o técnico. E muitas pessoas, especialmente alguns procuradores de atletas profissionais, parece que esquecem dessa correlação. Pressionam e tentam sugar tudo o que é possível dos clubes. Esquecem que há uma relação de interdependência entre as partes e que um atleta de alto nível, de inegável qualidade, faz falta ao clube.
Crime da CBF
Este mesmo crime contra os clubes têm cometido a gloriosa Seleção Brasileira. Everton, atacante gremista, foi novamente convocado para os dois amistosos no mês de março, sendo o único jogador, com exceção do goleiro do Palmeiras, chamado pelo técnico Tite que joga no Brasil. Isso cria uma lamentável desigualdade técnica em relação aos outros clubes brasileiros.
Ter um atleta convocado isenta o Grêmio de participar de jogos oficiais? Haverá prejuízo declarado ao Tricolor? E a tal de data-Fifa? São apenas alguns exemplos bem cristalinos da forma como é dirigido o futebol brasileiro.